Rascunhos do tempo

Assaltam-me outras lembranças

feitas reféns

em fantasias reclusas

percorrendo o tempo em digressões

da memória onde enxaguo

e desenterro minhas confissões

  • O delito ficou estacionado

num poema com todas as nossas

cumplicidades

quando desenhei o rascunho

deste meu luar quase

incandescente

despindo o escuro onde

bebo todos os silêncios

exóticos e delinquentes

  • A vida

essa

saúdo quase em surdina

despedindo-me com

palavras quebrantadas

e inocentes

exilando-me pra todo o infinito

só contigo…literalmente

  • Com versos saborosos

e confinados a esta distância

inerente

anseio só aconchegar-te

junto

dos meus suspiros

num único e sublime canto

exalado no uivo dos ventos

em toadas de amor etéreo

irrompendo na eclipse celestial

assim tão espontaneamente

  • Chegando a noite

saltita a luz em goles de fantasia

encrespando todas as escuridões

onde realço teus nítidos

olhos madrugando no tempo

com açoites e despertares

sem mais retaliações

  • Faço hoje o caminho inédito

pra junto das perfumadas

ondas do teu mar

esgrimindo pelos oceanos

desbravados

um pequeno afago lampejando

entre o crepúsculo do dia

e a continua paisagem reflectida

na janela aberta contemplando-te

num retalho de luz postada na esplêndida

cintilação dos teus sorrisos

ladrilhando o inerte amanhecer

por ti atrevidamente  sempre

sempre apetecer

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • Outra bela composição. Frederico. Único momento de inspiração. Parabéns!

  • 3597377?profile=original

  • Música, deleite para para quem te lê. Parabéns!
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CPP