Na linha do tempo, do tempo imorredouro
Eu acomodo em meu peito a dor da saudade
Esquecer-te não há jeito, suplício de eternidade
Que penetra alma adentro qual um sumidouro
Não há dor, contudo, mas um gostoso devaneio
Um batimento cardíaco em seu ritmo acelerado
Pensar em ti já se me tornou precioso veraneio
Onde o baú dos meus sonhos está ali guardado
É doce o meu penar... tua lembrança me adoça
Não permaneço só em meu fértil deslumbramento
Trago comigo os pássaros que o canto me remoça
E astros que me animam com seu encantamento
Quando então tu apareces vistosa a minha frente
Trazendo contigo dos inúmeros beijos a tepidez
Eu te abraço e te envolvo e peço insistentemente
Não te vás, abruptamente, fica comigo sem talvez
Rui Paiva
Comentários
O homem (e me refiro a ambos os sexos) poderia viver simplesmente cada dia como se fosse o ultimo e o primeiro, então tudo que se passou no dia passado não seria lembrado e ele acordaria para construir um dia de cada vez, seria como escrever o poema de cada dia. Mas não funciona assim, tem dia duro, dia de sol, dia chuvoso na alma, dia quente, ensolarado e dia gris, nublado. Tendeu? Não? Deixa pra lá.Aff.
Lindo poema.
Destacado!
Não te vás, abruptamente, fica comigo sem talvez. Nessa hora não existe machão que não chora! Menestrel Rui Paiva a saudade não tem braços, mas a hidrófoba sabe muito bem como apertar.
Saudade, é uma dor constante em nosso coração...Como dizia Rubens Alves..."A saudade, é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar"...Que a dor da sua saudade, seja amenizada, pelas boas lembranças que ela te traz...E que ela atenda aos seus apelos, ficando contigo, sem que seja preciso o talvez....Eu amo te ler, consigo desenhar o teu poema, na sua verdadeira transparência....Parabéns poeta...Beijos poéticos.