Sonhos audazes...
Um resto de noite à deriva...
no quarto com você, sozinha
vidraças d'alma embaçadas
sangram gotas invisíveis...
São desenhos de versos...
Vívidos na penumbra da memória desfilando fantasias,
lembram-me há quanto tempo não me arde o coração...
Perambulando por aí feito almas penadas
ora desejos, ora frustrações, buscam na tarde que se solta
a ingênua formusura dum doce veneno proibido...
do jeito do beijo...
das palavras sentidas...
ah, sonhos audazes...
se num instante, amor perdido, causa iludida são
noutro solidão, escuridão de outono
coração e pele e paixão, eternamente...
Misturados, meia-noite, meio-dia
alagados num charco de murmúrios
bebem insanidade, recompõem ilusões...
Dão-me qualquer coisa que pareça eterno.
Marisa Costa
Comentários
Sonhos que penumbras pela noites de nossos pensamentos, vai pelo tempo onde os sentidos gritam a verdadeira essência dos corpos perdidos no tenso de uma maldita solidão
Maravilhoso poema, Marisa! Bjs
Parabéns, poetisa, poema lindo. Abraços, paz e Luz!!!
Fico aqui pensando seu texto daria um excelente monólogo. O espectador estaria compenetrado no texto do princípio ao fim.