Sem os toques, sem os carinhos;
sem a presença e o calor
do corpo da pessoa amada,
sou muito mais solitário e pobre
do que qualquer mendigo,
pois, não ganho um olhar
de compaixão nem de piedade.
Como alguém que tem tanto
para oferecer,
pode negar um pouco do que tem?
Santo Deus! Por quê? O que há?
Será que não mereço...?
Pago por algum ou alguns
dos inúmeros pecados
que cometi na vida passada?
Só estou pedindo uma migalha
de carinho! Nada mais!
Não reinvendico minha humilde
e desastrosa entrada no reino
do céu,
nem tampouco a ausência
de fortuna terrena.
Eu gostaria de ao menos, Senhor,
em algum momento,
ser tratado como um cachorro
de morador de rua:
ele tem a companhia e o carinho
do seu dono!
Quanto a mim, é equânime
vociferar que, trago a alma maltrapilha
e, me sinto invisível entre tanta gente,
e que invejo, envergonhadamente,
os cães dos mendigos...!
Ronnaldo Andrade ( R. A)
Comentários
Nostálgico, mas não deixa de ter sua beleza, parabéns e abraços!
A tristeza, por maior que seja, é sempre um campo fértil para a poesia desabrochar com toda imponência e beleza. Lindíssimo! Bjs
Apesar do tom triste, o momento de inspiração foi superno. Parabéns, Ronaldo.