Ainda não é meia noite
Saio até a sacada...vejo as ruas desertas
Céu azul escuro, sem nenhuma estrela
Luzes que não piscam mais
Silêncio total.
Todos adormecem, somente eu, ainda não?
Tento ouvir algo, mas o silêncio
Se faz assustador.
Um dia após o barulho ensurdecedor
Tantos fogos, rojões, bombas, buzinas dos carros
Luzes de todas as cores a enfeitar o céu e...
Cães se matando de tanto latir, tanto medo, tanto terror
Uivam...
Ninguém dorme...
A comilança e os TIM TIM, faz acontecer
Grande alegria, risadas, vozes, músicas, cantarolar
Celulares que acendem e apagam, chamando.
Hoje...Não parece o mesmo lugar
Onde estão as pessoas, o cães, músicas, rojões, estrelas?
Será que os sonhos morrem no dia seguinte?
Triste o meu pensar, triste o meu estar só, ontem e hoje
Ouço as doze badaladas do relógio
Assustam-me....me recolho...
Como a princesinha dos sapatos de cristal
A minha cama, meu refúgio, espera-me
Onde eu possa sonhar, os sonhos mais lindos
Que da sacada ...não posso ver e nem ter!
Veraiz Souza - 05/01/2017
Respostas
Parabéns. Excelente.
(Como a princesinha dos sapatos de cristal) Com belos dotes na fabricação de pudim. Além disso, no reino dos doces e das guloseimas não existe uma calda de pudim semelhante!!! Congratulações e prossiga avivando e adornando o universo com suas inspirações.
Doces palavras amigo SAM MORENO, com gosto de pudim de leite condensado.....com bastante calda de caramelo.
Grata pelas congratulações e visita
Abçs poéticos de Veraiz Souza
Parabéns, Veraiz!
Muito bom seu poema.
Dessa vez não foi de amor.
Penso que foi mais uma reflexão.
Mas, posso estar enganada.
Você é puro amor.
Beijos poéticos.
Eu estava esperando o amor e ele não veio. Me deixou na solidão....rs
Mas todo o poema é de amor Sandra Helena Godoi..."trecho: Triste o meu pensar, triste estar só..." veja lá...rs
Grata pelo comentário e visita, amo vc
Beijos poéticos de Veraiz Souza
Vera, teu poema traduz, com toda clareza, o fim trágico das comemorações de fim de ano.
Parabéns pela linda inspiração.
Grata Edith pelo teu comentário.
Penso que, conforme passa o tempo e nossa primavera também, nos recolhemos mais e nossa visão e sentimento ficam mais lúcidos.
Podemos ver com a alma e coração, que toda a euforia de final de ano se dá, pelos "tim" "tim"....quem já não o faz mais, não consegue se alegrar.
Vidas que se vão, ceifadas pelos sistemas, não dá para comemorar, não éh....pensemos...
É isso que sinto e senti nesse ano.
Abraços querida
Veraiz Souza
Uma palavra: enternecedor! Sua poesia comove, Veraiz! Você vai desenhando seu cenário e nós vamos nos configurando a ele!
Grata Edvaldo pelas palavras ao meu trabalho. Confesso que ao terminar de escrever e lê-lo, também me emocionei.
Não propriamente pelo que escrevi, mas sim, pela cena que via em minha mente. O sentimento de estar, e voltar para a cama e sonhar, sozinha...é muito triste. Acho que tinha muitas pessoas na mesma situação que eu...rsrs
Não tinha ninguém naquela hora, mãe e filha dormindo, filho longe...me senti no primeiro dia do ano, na maior solidão. Nem o latido dos cães, ouvia naquela hora das doze badaladas do relógio. (Desculpa o desabafo, acho que com vc eu posso, pela sua dignidade e discrição.)
Abçs poéticos de Veraiz Souza
Mas é pelo que escreveu que você nos emociona, Veraiz!
E o seu sentimento repercute em nós - se não naquela mesma noite, em um outra qualquer, percebemo-nos abraçados com a solidão.
É tão particular o seu sentimento expresso nos versos que atinge o essencial - e daí alcança uma verdade que é de todos nós: fica universal a sua expressão!
(Nunca se desculpe, entre nós há uma amizade regida por sinceridade e regada a poemas.)
Um forte abraço, Veraiz!