Oh tu, que vais na vida assim cansado

 

Oh tu, que vais na vida assim cansado

 

Oh tu, que vais na vida assim cansado,

deixando para trás pegadas tuas,

no chão com um som martelado,

gravado nas areias finas e nuas.

.

São pegadas molhadas num grito,

quando choras abraçado ao arvoredo,

os teus pés são fissuras de vidro,

lágrimas com um trago a azedo.

.

Quando pensas que estás desperto,

adormeces a pensar na fadiga,

será a tua vida algo de concreto,

ou caminhas ao lado da tua inimiga?

.

Não terá ela os olhos de Deus,

e vês nela a brancura que queres,

caminhas assim, sem sequer um adeus,

fazendo da vida, a tua mulher.

.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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