Posts de Cristina Maria Afonso Ivens Duar (295)

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" Pensando Bem "

Nesta vida cheia de portas, 

Por vezes batemos sistematicamente,

Mas agem como se estivessem mortas,

As pessoas que amamos, tão arduamente.

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Elas levam tanto tempo a responder,

Que a gente acaba por desistir,

O melhor mesmo é deixá-las morrer,

Do que continuar a bater, a persistir, a persistir.

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O vento leva as coisas ocas,

 De tão vazias que elas são,

Depressa esquecemos... das memórias loucas,

E ficamos à mercê das nossas mãos.

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Um dia porém estamos à janela,

A campainha toca, inesperadamente,

Já nem te lembras ...que pessoa é aquela,

E fechas-lhe a porta para sempre.

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Com o tempo a gente aprende,

A valorizar a nossa pessoa,

Cria em volta uma grande rede,

E prende quem nos magoa.

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Cristina Ivens Duarte-13/09/2017

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À Psicóloga Marta Biscoli...

Porque falar me provoca ansiedade?

Dizem que desabafar nos faz bem!

Mas o falar de extrema necessidade,

É uma enfermidade na cabeça de alguém. 

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Falar simplesmente...falando,

Das coisas da vida, das nossas dores,

O ar começa faltando,

E o corpo se enchendo de tremores.

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Depois vem aquele aperto no peito,

Que sobe e nos tira o ar,

Inspiro  para não se tornar suspeito,

Que um ataque de ansiedade me está a dar.

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Devia sentir-me descomprimida,

Ao desabafar os meus lamentos,

Mas os amigos da minha vida,

Não entendem meus sentimentos.

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A ansiedade é um sintoma de stress,

Uma má experiência... traumática,

Que dificilmente se esquece,

E deixa a pessoa apática.

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Assim falo comigo simplesmente,

Os meus dias são uma grande luta,

Não falo com qualquer tipo de gente,

Para não ouvir que sou maluca.

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Cristina Ivens-11/09/2017

 

 

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" A Rosa "


Escrevia de emoção forte, chorando,
Ao meu amor quase paradisíaco,
Uma rosa cai, cambaleando,
Senti a alma dele dentro do meu físico.
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Vi o meu amor, pelos meus olhos passar,
Lagos dentro do meu ser nasceram,
Ao pressentir a sua tumba levantar,
Meus versos naquele dia estremeceram.
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Como um sopro em cinzas dispersas,
As mãos geladas, com algum tremor,
Queria fundir-me com ele às pressas,
Apagar a saudade, sobretudo a dor.
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Eu bem tento, mas não consigo vencer,
Ainda me lembro do gosto do seu beijo,
E as rosas que não param de chover,
Sempre que nos meus versos eu o vejo.
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Porém o meu amor por ele é tudo,
Na tumba...oh! Deus, como está sozinho!
Prá vida farei versos cheios de conteúdo,
E nas rosas ternos gestos de carinho.
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Cristina Ivens Duarte-22/08/2017
 

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Os Dias

Há dias, que os dias não são dias,

São uma coisa qualquer,

Como vidas vazias,

Que nem dias têm sequer.

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O amanhã não interessa,

Se o dia vai ser igual...

E se passar bem depressa,

Não se vê no dia o que está mal.

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 O mal não está no dia,

Mas no mal que o dia faz,

E se o dia para mim sorria,

Fazia o dia andar para trás.

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Atrás do dia eu correria,

De manhã ao anoitecer, 

E os dias seriam dias,

Passados a correr.

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Cristina Ivens Duarte-14/08/2017

 

 

 

 

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Minha Face lavada


A minha pele será sempre pálida,

Não ouso sequer maquilhar-me,

Para quê fingir que sou ávida,

Se a terra vai comer-me a carne,

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Os meus olhos continuam chorosos,

Chorosos de já não serem jovens,

E nos cantos tão rugosos,

Só se vêem certas miragens,

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Engana-se aquele que encobre,

As marcas do tempo que passa,

Esquecendo que também morre,

Passando a ser uma farsa.

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Assim quando eu partir,

Me dêem uma só cor,

Uma rosa na face a sorrir,

Para morrer digna de amor.

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cristina Ivens Duarte-13-08-2017

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Eterno Sonho

Voava como um avião de papel,

Tão leve como um pedaço de napa,

Que eu guardara desde longa data,

Enrolado a um fio de cordel.

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Achei-o num dia tristonho,

Amassado parecendo chapa,

Uma noite apareceu no meu sonho,

Caído num bairrinho de lata. 

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Ele voara tanto com o passar dos anos,

Como um tufão que provoca danos,

No peito um cordel apertado.

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Ao dormir, por vezes está ao meu lado,

Destemido...ainda me pergunta,

Porque sonho eu acordado?

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Cristina Ivens Duarte-11/07/2017

 

 

 

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O Primeiro Amor

Quanta ternura em nosso olhar,

Quando em harmonia nos beijamos docemente,

E o sol sorrindo em nossa mente a iluminar,

O primeiro amor flutuando entre a gente.

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Fechámos os olhos e ficamos a sonhar,

Pincelámos o céu de rosas adoçadas,

E a ternura quase nos fez chorar,

Com a macieza dos lábios inesperada.

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Beijar...beijar até tapar os ouvidos,

Para sempre com os lábios unidos,

Duas crianças, dois beija flores.

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O amor, o nosso coração invadiu,

No ar, um brilho mágico que nunca se viu,

Duas sombras...a verter de amores.

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Cristina Ivens Duarte-1/06/2017

 

 

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Rastros De Um Silêncio

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" Fragrâncias "

Eram aromas, fragrâncias por inteiro,

Como se em flores, eu estivesse estendida,

Que na brisa do teu sopro...senti o teu cheiro,

Alucinando, meus dias, minha vida. 

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O cheiro do teu perfume impregnado,

No meu corpo, minhas mãos, minha cama,

Como se um fogo, se tivesse inflamado,

Num ápice, tudo em volta ficou em chama.

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Entrelaçando todos os meus nervos em versos,

Labaredas, vindas da alma a navegar,

Carinhos e beijos ficaram impressos.

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Corpo entre corpo, num enlace primordial,

Fomos astros a brilharem neste amar,

Jamais haverá um momento deste igual.

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Cristina Ivens Duarte-2/05/2017

 

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" Os Três Males Da Vida "

Os Três Males Da Vida

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Os três males da vida,

Responsáveis pela infelicidade,

É a «Ganancia» sem medida,

A «Vaidade» e a «Necessidade»

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«Ganância»

Não escrupulosa ganância,

Que trazes a infelicidade,

Fazes o homem de importância,

Escravo sem necessidade.

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Muito mais quer apanhar,

Porque muito mais quer ter,

Esquecendo que vai deixar,

Cá tudo, quando morrer.

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«Vaidade» 

Pode não ter um tostão,

Ou até estar empenhado,

Mas vai todo fanfarrão,

Ao vizinho pedir emprestado.

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A vaidade, não deixa ter,

A ninguém nenhum valor,

Veste muito bem sem poder,

Querendo imitar o doutor.

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É a vaidade que faz,

A miséria engravatada,

Porque ninguém é capaz,

De dizer que não tem nada.

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«Necessidade»

A necessidade é sofrimento,

Dos que não têm que comer,

Explora a cada momento,

Os que nela querem ter.

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E não faça confusão!

A necessidade é um perigo,

Não perdoa ao irmão,

E muito menos ao amigo.

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E não há nada a fazer,

Não pode ser corrigido,

Com estes males a correr,

O mundo está perdido.

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E não sendo nenhum igual,

Qual destes é o maior?

Destes três tipos de mal,

Qual deles é o pior?

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Cristina Ivens Duarte-28/04/2017

 

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" Transparência "

À luz do sol, ao fim da tarde,

O sentimento é forte, de pura emoção,

Contemplá-lo, é amor que arde,

É platónico, é transfusão.

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Em versos, trovas e melodias,

Me reporto aos sonhos desvanecidos,

Que na cegueira das minhas fantasias,

Em amor e luz ficamos fundidos.

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Ora brilhamos, ora escurecemos,

Andamos nisto, num vai e vem,

Porém, só nós é que sabemos,

A cor que a nossa alma tem.

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Na genuinidade da minha transparência,

Cujo a vida me tem sido traiçoeira,

Transponho em versos a minha essência,

Com cheiro a flores de uma laranjeira.

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Cristina Ivens Duarte-25/04/2017

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"A Minha Ausência"

A minha ausência tem sempre um significado,

Embora por vezes eu não diga a verdade,

É uma desculpa, um argumento inventado,

É uma fase, não é defeito ou maldade.

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Não estou aqui, nem ali, nem além,

Não estou capaz, nem sequer de falar,

Não quero ouvir, nem saber de ninguém,

A minha alma não está em nenhum lugar.

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Eu sou assim, de uma tremenda inconstância,

Como a temperança dos climas sazonais,

Que para uns, são de grande importância, 

Mas para mim, são dilúvios existenciais.

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Um dia amo, outro dia odeio,

Estou em total descompensação,

Não penso, não sinto , nem creio,

Que no meu peito exista um coração.

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E então, ausento-me para me procurar,

A mim, e à minha esperança,

Que está constantemente a chorar,

E tem o tamanho de uma criança.

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Cristina Ivens Duarte-12/04/2017

 

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