"A Minha Ausência"

A minha ausência tem sempre um significado,

Embora por vezes eu não diga a verdade,

É uma desculpa, um argumento inventado,

É uma fase, não é defeito ou maldade.

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Não estou aqui, nem ali, nem além,

Não estou capaz, nem sequer de falar,

Não quero ouvir, nem saber de ninguém,

A minha alma não está em nenhum lugar.

**

Eu sou assim, de uma tremenda inconstância,

Como a temperança dos climas sazonais,

Que para uns, são de grande importância, 

Mas para mim, são dilúvios existenciais.

**

Um dia amo, outro dia odeio,

Estou em total descompensação,

Não penso, não sinto , nem creio,

Que no meu peito exista um coração.

**

E então, ausento-me para me procurar,

A mim, e à minha esperança,

Que está constantemente a chorar,

E tem o tamanho de uma criança.

**

Cristina Ivens Duarte-12/04/2017

 

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Cristina Ivens Duarte

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Comentários

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  • Estupendo poema, Cristina. Nossa natureza(intimo)é variável de modo que nem sempre, temos o mesmo comportamento.

    Belíssimo poema.

    Parabéns e Destacado!

  • Nossa Cristina, como sempre ,lindo demais teus versos. Deixo aqui um pensamento de um psicanalista, que admiro muito : "Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense em uma forma de empregá-las elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente” ( S.Freud).  Abraços.

    • Querida Marta!Por vezes é mais fácil escrever o que sentimos, do que falar, ainda bem que existe uma caneta e um papel, obrigada amiga, pelo seu caloroso comentário, beijinho.

  • Disse um dia Carla Sagan

    A ausência da evidência  não significa a evidência da ausência

    Seus poemas são a evidência do extraordinário trabalho escrito

    e postado nesta casa de poesia

    Abraço fraterno

    FC

  • Parabéns, poetisa, poema lindo, versos maravilhosos, adorei. Abraços, paz e Luz!!!

  • Querida Elisabete, muito obrigada pelo seu caloroso comentário, beijinhos lusitanos.
  • 3662265?profile=original

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