Cativar
Cativo
Cativei
Coração comigo carreguei
Cativando, cuidando...
Contigo contei...
Cada canto comigo cantei...
Cativar... certamente cativei!
Cativei?
Conhecimento comedido constatei...
Compreender...
Considerar...
Cativar... cativando... cativei....
Cativei?
Comigo contestei...
Confusão...
Cativar... cativando... cativei....
Concordas comigo?
Coração condescendente...
Certamente cativei?
Certeza!
Carinho...
Coração...
Cativar...
Chama...
Cópula...
Cuidado...
Calor...
Consideração...
Cordialidade...
Chamego...
Cativar
Cativo
Cativei
Coração comigo carreguei
Cativei... continuei cativando...
Coração comigo comprometeu-se
Cativamo-nos, coabitamos...
Costurei, colei, consorciei...
Coração com coração
Certamente cativei.
Cortejando...
Conversando e cativando...
Cantando... cantando...
Cativar
Cativo
Cativando...
Coração com coração
Cortejando... costurando... colando...
Certamente cativando.
Quando sinto seus encantos
Seu olhar, sua atenção
E te vejo enamorado
Ao alcance de minhas mãos
Quando visto sua pele
E encontro seu prazer
Deslizo-me e entrego-me
Confundindo-me com você
Quando sinto suas mãos
O meu corpo percorrer
No seu corpo me encaixo
Revelando todo o meu ser
Aí então eu percebo
Não há dúvidas, pode crer
Você é do meu tamanho
E eu,
Sou do tamanho certo para você!
Elaine Márcia, 23/10/15.
Tanto tempo
Tempo tanto
Passa o tempo e eu nem vi
Passa o tempo tilintando
Passa... e eu nem percebi!
Tanto tempo
Tempo tanto
Entre os dedos a escorrer
Passa o tempo e só percebo
A saudade de você
Tanto tempo
Tempo tanto
Olho e vejo a ilusão
Já se passou tanto tempo
E a vida passou... em vão!
Tanto tempo
Tempo tanto
Agora tenho que aproveitar
Olho e não vejo mais tempo
Já não posso mais ficar...
Tanto tempo
Tempo tanto
Passou... nem mesmo vivi
Esgotou-se todo tempo
Não vivi... nem existi...
Tanto tempo...
Tanto...
Tempo...
Cadê?
Não está mais aqui.
Elaine Márcia, 21/10/15.
Hoje comprei lingeries
Lindas!
Suas formas, suas cores, textura...
Queria mostrar pra você...
Mas, você está tão longe, distante...
Que pena!
Não pode me ver!
A rosa destacou meu tom de pele
A verde, minha emoção
Com a azul, me senti bela
E a vermelha... cor da paixão!
Queria fazer um desfile
Privativo... só para você!
Mas, você está tão longe, distante...
Não pode me ver!
Vesti-me, olhei-me no espelho
Gostei bem do que vi
Penso que irias gostar...
Mas, você não está aqui!
Elaine Márcia, 21/10/15.
Todo poeta escreve
Um pouco sobre o que viveu
Escreve sobre seus sonhos
Ou sobre um amor que foi seu
Todo poeta é safado
Ou um pouco cafajeste
Todo poeta tem razões
Que a própria razão desconhece
Todo poeta procura
Fazer de seu texto um divã
E escrevendo procura
Conservar-se inteiro... sã
Todo poeta provoca
Um ponto de discussão
E questiona, pondera
Leva-nos à reverberação
Todo poeta é romântico
Ou um pouco melancólico
Tem instante de euforia
Compõem em tom bucólico
Todo poeta é criança
É homem, mulher... sedução
Tem encanto e tem magia
Muito amor no coração
Todo poeta chora
Seus versos disfarçam a dor
Suas rimas alegram os olhos
E os sonetos refletem o amor
Deixo aqui o meu respeito
Meu olhar de admiração
A você, estimado poeta
Que compõe com devoção.
Homenagem aos amigos poetas e poetisas.
Elaine Márcia, 21/10/2015.
De repente, existe uma sombra em meu caminho
Enxergo um olhar na escuridão
Tem um jeito nefasto… sombrio…
Tem garras afiadas em suas mãos….
De repente, ouço passos apressados me seguindo
Se arrastando em todos os lugares
Sinto sua paranóia, seu ressentimento, seu pesar
Sinto seu cheiro fúnebre persequindo… querendo minha paz exterminar
De repente, percebo seus recados
Que está em todo lugar
Onde menos espero, atacas
Sua presença sinistra está lá
De repente, abala-se minha paz de espírito
Assombrando-me, tira minha mansidão
E vem como serpente – furtiva
Quer sufocar-me, tirar-me a razão
De repente, este ser malévolo – peçonhento
Quer sugar a paz de todo o meu ser
Quer se alimentar de minha inocência
Quer minar a fonte do meu prazer
Mesmo as vezes sentindo-me ameaçada
Mesmo percebendo a perseguição
Vou me protegendo, me resguardo
Ficando fora do alcanse de suas mãos.
E protejo com todas as minhas forças
Minha felicidade, minha paz e meu viver
Me conservo quieta no meu canto
Ouça bem, não dou trela para você!
Devemos nós esperarmos que o outro nos traga a felicidade?
Devemos entregar nossa vida em outras mãos?
Não será isso insanidade, postura obsessiva, possessão?
Como disse Shakespeare “Ser ou não ser, eis a questão”
Não estará por acaso a felicidade, ao alcanse de nossas próprias mãos?
Não seremos os próprios responsáveis por nossas fatídicas decisões?
E por que culpar outra pessoa?
E por que tapar nossa visão?
E dormir sozinho na garoa, e jogar nossos sonhos em outras mãos?
Será que esta tal felicidade é produto de pura ficção?
Será que é mentira ou é verdade?
Será utopia, ilusão?
Mas, eu fico pensando aqui comigo
Refletindo no fundo do meu ser
Se entregar para o outro o meu abrigo, o meu ego, meu tudo, meu querer
Não estarei sendo displicente?
E interrompendo meu viver?
Não serei mais um ser inconsequente, vagando pelo mundo a sofrer?
Pois eu penso de fato aqui comigo
Que tudo isso depende do meu querer
Eu decido o que faço, o que consigo
Decido a me olhar e me ver
Eu decido cultivar felicidade
No jardim da minha vida, no meu ser
Nele também cultivo a liberdade
Minha paz de espírito, meu viver!
E para quem decidir se questionar
Sobre a felicidade do seu ser
Olhe pra dentro do seu íntimo
Bem fundo, dentro de você
Perceba que suas conquistas
Não dependem do outro,
Só de você!
Quando vejo um passarinho, lá no ninho
Ela acorda!
Quando me delicio em um sorvete bem gostoso
Ela acorda!
Quando ganho um carinho, um aconchego, um cafuné
Ela acorda!
Pede colo, quer consolo, quer denguinho
Quando rola aquela música que eu gosto
Ela acorda!
Quando subo nos seus pés e rodopio no salão
Ela acorda!
Quando sinto no meu peito o pulsar do coração
Quando sinto que estou viva, sempre cheia de emoção
Quando canto, sorrio, bato palmas de alegria
Eu percebo que a criança vive solta
É faceira
Ela acorda, está viva!
Não deixei ela morrer
Já sou grande, quase velha
Mas a criança,
Ah! Ela vive!
Vive em em mim.
E em você?
Como o rio que corre para o mar
Meu destino é te encontrar
como o veio de água da fonte
que abre Caminho na rocha
desce o monte
E se transforma em cachoeira
meu destino é te encontrar
Como a semente que germina
e se torna uma palmeira
como o sol que o dia clareia
meu destino é te encontrar
não será a distância ou o tempo
a tempestade ou o vento
que irá nos separar
agora que me encontrastes
que meu coração tomaste
que provei do seu amor
Ah! Meu amado, espera
não se tarda a quimera
meu destino é te encontrar!
Toques suaves, serenos...
Despertar de sensações...
Seus lábios em minha pele
Abalando meu livre arbítrio...
Explorando-me com ousadia
Fazendo-me sentir bem de perto
O ébano que é você
Seus dedos percorrem... descobrem...
Rasgam minha sensatez
Agora, sem qualquer discernimento
Envolta em seus afagos
Entregue às minhas e as suas sensações
Sinto e faço-te sentir
Amo e permito-me ser amada...
E a cada toque seu, a cada instante de descoberta
Vou me entregando aos seus encantos
Deixando cair os meus mantos
Aconchegando-me em seu aconchego...
Esquecendo todos os meus medos...
Entrego-me inteira ao seu querer
E nesse aconchegar de corpos, de almas, de corações
Sinto a delícia, o queimar de pele a me envolver
Este fogo ardente que me atiça
Esta chama acesa que é você!
Elaine Márcia, 10.10.15
Lua cheia
Anoitecer
No riacho
Cachoeira
Eu e você
Água fria
Corpo nu
Amor ardente
Mãos
Lábios
Pele
Calor!
Mistura perfeita
Amor!
Lua cheia
Noite a fora
Cachoeira
Fogueira
Churrasco e esteira
Calor, aconchego...
Só eu e você
O grilo cantando
O sapo coachando
Lá longe, no mato
A onça urrando...
Meu corpo, seu corpo...
Se aconchegando
Ali, só nós dois
Na natureza nos completando
Lua cheia
Cachoeira
Paz e calor
A luz do luar
A água do riacho
O calor da fogueira
O grilo, o sapo, a onça, o mato
São testemunhas do nosso amor!
Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 08.10.15
Deixo-te livre…
Livre para voar!
Porque amor que é amor,
Não se deixa aprisionar.
Não quero gaiola de ouro
Coberta de flores ou de jasmins
Deixo-te livre
Porque se existe amor
Estando livre, se desejar…
Se me amar,
Voltarás para mim!
Deixo-te livre!
Bata suas asas de par em par!
Voe! Voe livre!
Ama-me em sua liberdade…
Queira ficar comigo de verdade…
Sem grilos, sem tristezas
Com liberdade!
Eu só quero amor assim
Que me queira
Que seja livre pra pensar em mim!
Então voa! Voa livre…
Só retorne se me quizeres…
Serei feliz assim!
Sente?
Sou sua…
Sorvendo seu ser.
Sempre sentindo seu sentimento…
Seguindo…
Sorrindo…
Sonhando seus sonhos…
Sentindo saudades, suspirando…
Sente?
Suponho… sim! Sinto seu sentimento…
Suas sensações… suas sencibilidades…
Sua solicitude… ser sedutor!
Sente?…
Sigo sempre suspeitando…
Sentindo sua simpatia…
Sua satisfação…
Sente?
Sou sua…
Sentimento semelhante sente…
Suponho sentir…
Saiba,
Sinto-te sempre assim…
Solidificado,
Sempre sinto-te!
Sou sua… sim!
Lá se vão 43 anos...
Mamãe disse que fui seu presente de aniversário, pois, nasci na véspera do seu dia...
Já faz pouco mais de três anos que deixei de ser um presente... simplesmente porque ela não está mais aqui.
Ríamos juntas, comemorávamos juntas, mesmo quando não estávamos perto fisicamente...
Perto fisicamente... Péra aí, agora, ela não está fisicamente perto, mas, está perto o suficiente para ser sentida em meu coração...
Quando fecho os olhos, no silencio do meu quarto, posso escutar suas gargalhadas... enxergar seu sorriso largo... sentir seu carinho gostoso...
Tá certo que todas estas lembranças carregam consigo uma dorzinha teimosa de saudade, que acredito, irá acompanhar-me eternamente... mas, as lembranças são boas, ternas... acariciam m’alma.
É mãezinha, tu não estás mais aqui, mas, posso sentir você segurando meu rosto e dizendo “meu presente! Deus abençoe você!”
Amanha é o meu dia e depois, será o seu!
Feliz aniversário, mãezinha!
Para mim e para você, onde quer que esteja.
Te amo até a eternidade.
Elaine Márcia, PVH, 0710.15