Sofrimento da Mãe Gaia
Como um torvelinho de desejos incendiados
Assim desceu às montanhas o fogo destruidor
Que a tudo incinera, a tudo mata sem dor
Deixando as matas e os corações dilacerados...
Como lavas de um vulcão que lança ao mar
Suas chamas incandescentes de medo e terror
A natureza vive sua saga na mão do agressor
E a Mãe Gaia não encontra a quem implorar...
As árvores incendiadas no ventre da terra
Caem na avalanche de espumas plúmbeas
E à semelhança de pássaros de alvas plumas
Vivem momentos de uma sangrenta guerra...
Vislumbram-se ao longe reflexos de um sol
Que teima a surgir para cobrir com sua luz
A cena das trevas que a consciência reduz
Trazendo paz, renascimento àquele arrebol.
Mena Azevedo