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Sofrimento da Mãe Gaia

Sofrimento da Mãe Gaia

 

Como um torvelinho de desejos incendiados

Assim desceu às montanhas o fogo destruidor

Que a tudo incinera, a tudo mata sem dor

Deixando as matas e os corações dilacerados...

 

Como lavas de um vulcão que lança ao mar

Suas chamas incandescentes de medo e terror

A natureza vive sua saga na mão do agressor

E a Mãe Gaia não encontra a quem implorar...

 

As árvores incendiadas no ventre da terra

Caem na avalanche de espumas plúmbeas

E à semelhança de pássaros de alvas plumas

Vivem momentos de uma sangrenta guerra...

 

Vislumbram-se ao longe reflexos de um sol

Que teima a surgir para cobrir com sua luz

A cena das trevas que a consciência reduz

Trazendo paz, renascimento àquele arrebol.

 

Mena Azevedo

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Você sabe

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Você sabe...

 

Você sabe há muito

Que, como o seu

O meu coração estava junto

A um abismo que escolheu...

 

Você sabe e não quer ver

Que o meu amor se esgota

Por você não entender

Quão grande é minha dor...

 

Você sabe e se ausenta

Toda vez que necessito

Do amparo que me alimenta

Para sair desse conflito...

 

Mas você não sabe

Que mesmo triste e só

Há algo que me agrade

Ter deixado em sua vida um nó

Que será desatado por mim...

 

Mena Azevedo

 

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Você

Um grande amor

VOCÊ

 

Você...

Que invadiu meu olhar

Que entrou em minha vida

Com a sua coragem sem par...

 

Você...

Que revigorou meus dias

Que suportou minhas queixas

Com a sua calma e empatia...

 

Você...

Que me deu o seu sorriso

Que segurou minhas mãos

Com sufocados suspiros...

 

Você...

Que me abraçou com leveza

Que me falou do amor

Com ternura e sutileza...

 

Você...

Que trabalhou meus conflitos

Que entendeu minhas manias

Com firmeza e sem atritos...

 

Você...

Que foi sempre companheiro

Que juntou seus sonhos aos meus

Com coragem e sem dinheiro...

 

Você...

Que não é uma utopia

Que luta, pensa e sente

Com alma e energia...

 

Você... quem diria?

Você... existe!

E eu existo, por quê?

 

Mena Azevedo

 

 

 

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Volta à lucidez

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Volta à lucidez

 

Meu doce querer, minha fantasia

Nesta madrugada de lua cheia

Bate em meio peito estranha alegria

Todo o meu leito de amor incendeia.

 

Uma lembrança chegava sombria

Levando meu ser a um labirinto

Neste momento imerso em poesia

Vislumbrei uma taça de absinto.

 

Beber o veneno na solidão

Ou reerguer-me diante da dor

Eram as opções que tinha à mão.

 

Mas uma luz me acordou do torpor

Meu sonho róseo voltou à ação

Quebrou os elos do vil invasor.

 

Mena Azevedo

 

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Um amor que se fez saudade

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Um amor que se fez saudade

 

Era um amor tão forte

Que me devotavas

E eu bendizia a sorte

Sempre que me olhavas...

 

Um dia, porém, foste embora

Calado, sem se despedir de mim

Não me avisou, nem marcou a hora

Chorava só pelo meu jardim...

 

Tão felizes eram meus dias

Que a felicidade se antecipava

Quando sabia que tu virias

Visitar-me quando a noite chegava...

 

Hoje o amor virou saudade

Uma dor que dói e não se vê

Machuca a minha felicidade

Faz minha alegria arrefecer...

 

Mena Azevedo

 

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Cântico 12 - Um canto de espera

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Cântico 12

 

Um canto de espera

 

Da janela, consultei os astros

Sobre o teu sumiço pelos montes

Talvez preso a alguns lastros

Colocados em tuas fontes

Nessas longas noites outonais...

Veio a neblina e um frio me encolheu

Deixando-me abandonada no cais

Das minhas desilusões e o sonho arrefeceu...

Nessas noites longas de outono

O cruzeiro do Sul desponta mais brilhante

E indaguei às estrelas antes de vir o sono

Onde estaria meu amado e saudoso viajante?

Soltei meu grito aos quatro cantos e o fiz

Ecoar entre as planícies e pradarias

Entre os campos floridos, cuja flor-de-lis

Já se preparava para evolar pelas cercanias

Perfume doce, como meu amado sempre quis...

Mas não ouvi tua resposta e não entendia

Porque esse silêncio que partia de teu coração!

Voltei meu olhar para o Cruzeiro do Sul

Vi as estrelas que brilhavam e eu em comoção

Fiquei surpresa com a aparição do olhar azul

Que já há muito tempo meu ser invadia

E que se perdera entre as noites escuras

Mas que agora o olhava através da gelosia...

Era a flor – de- lis medrada em águas puras!

Mena Azevedo

 

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E assim flutuei...

E assim flutuei...

 

Senti no meu inquietante ser

Uma força cósmica a dominar

O universo místico do saber

Que fez girar as águas do mar

E acender em mim o sonho...

 

O vento chegou e semeou o dia

Irrompendo em mim o desejo

Para levitar no espaço sideral

E me entregar à celestial poesia

Da vida que me fazia transcender...

 

E assim flutuei em mares azuis

Vestida em roupa transluzente

Que me permitiu absorver a luz

Daquelas paragens e, de repente

Voar muito além das noites e dos dias...

 

Levitei pelo etéreo manto em solitude

Senti de perto a pura lua que fazia plantão

Junto às estrelas em sua magnitude

E o vento alado ritmando o coração

Impulsionava meu desejo de ser mais...

 

Mena Azevedo

 

 

 

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Mãe, Amor Eterno


Mãe, Amor Eterno.


Na saudade que faz densa a alma
Sinto mãe tua voz serena e calma
Vejo-me  criança em teus braços
Quanta falta me faz o teu abraço!
 


Teu sorriso mãe, era  estrela guia
Onde  trevas se faziam luz do dia
Nas lágrimas  a tua palavra amiga
Encorajava-me dizendo  prossiga!

 

Quantas vezes busquei teu ombro
Sentindo a   alma entre escombros
Bastava  mãe  teu olhar abençoado
Para sentir-me por inteiro apoiada

 
Entendias  sabiamente meu silêncio
Tanto carinho teu coração revelava
Quando nas vias escuras do  pranto
Reacendias  as estrelas do encanto

 

Busco nas lembranças tua imagem
Tua força,  teu amor, tua coragem
Hoje  fé renovada através  da prece
Porque amor de mãe jamais fenece!

Mena Azevedo

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Cântico ao Abandono

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Cântico 13

Cântico ao Abandono

 

Na praia imensa da humanidade

Sou um grão de areia insignificante

E, à sombra da árvore, vejo a calamidade

Do mundo apegado à matéria alienante...

 

No meu abandono, fico à beira da terra

Vendo esmaecer a luz das estrelas e da lua

E o colorido da minha juventude que se encerra

Junto às sombras do crepúsculo que continua...

 

 Nesta hora, bendigo-Te, Senhor pela luta

Pelas pedras rudes que encontrei no caminho

Lavadas pelo pranto da dor; e, na escuta

Banho-me no doce orvalho do Teu carinho...

 

Sim, bendigo o abandono em que me deixaste

No tédio, coberta de fria e cinzenta névoa

Porque, em vez do medo, deste-me o calor e lavaste

Minha face co’a Tua ternura, afastando a treva...

 

Se a luz que me envolvia nas noites solitárias, apagou

Não me arrefeceu o sonho de viver; foi por um átimo apenas

Porque ficou em mim todo o brilho e todo o fulgor

Da Tua luz que me aquece e que nunca sai de cena.

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

 

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Volta, meu amor!

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Volta, meu amor!

Se partiste sem me dizer adeus...
Não nutrias nenhum amor por mim
Ao elevar meu pensamento a Deus
Olho em volta e com tristeza vejo
Solidão até mesmo no jardim.


No mesmo jardim cheio de cores
Onde passeávamos de mãos dadas
A olhar a paisagem colorida...
Hoje nada sinto ao meu redor
A não ser o pulsar da minha vida.


Jamais pensei que um amor tão doce assim
Pudesse transformar em uma saudade
Que machuca e vai levando ao fim
Uma vida tão cheia de esperança
De fé, de sonho e de felicidade...


Como num ritual, te espero ainda
Sentada na varanda cor-de-rosa
E vejo o sol se pôr no horizonte
E derramar seus raios esbraseados
Pelos prados e campinas bem distantes...


É nessa hora que me entrego aos devaneios
Nada falo, pois tua ausência me fez silenciosa
Nada sinto, minh’alma parece sumir
Dentro do meu corpo exangue
Vazio de esperança e de teu calor...


Volta, meu amor, vem pra mim, vem...
Vem aquecer meus dias, tirar essa apatia
Que envolve todo o meu ser. Vem ver...
Vem ver o pôr-do-sol da nossa varanda
E, à tardinha, os passarinhos a entoar sua melodia...


Volta para o seu aconchego
Vem acabar com essa amargura que deixaste
No meu coração solitário e sedento de amor...
Tu eras da minha vida a seiva que nutria
Meu corpo, meu espírito e minh’alma a cada dia..

.
Volta, volta logo, estou me alimentando da saudade
Saudade intensa imersa nas águas escorregadias

De um amor que se perdeu em meio a veleidades

E não considerou o verdadeiro amor

Que brotava do coração nas noites de estesia...

Mena Azevedo

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Visão

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Visão

 

Soprava um vento impetuoso

E, da janela vi, saindo dos montes

Uma mulher de semblante majestoso

Que olhava atenta pelos horizontes

E me impulsionava num gesto bondoso.

 

Impressionada com tão bela visão

Permaneci em estado de choque

Sem entender se era real ou imaginação

Mas eis que surge uma luz como um toque

Para acordar minh’alma em profunda imersão.

 

A aurora deixava róseo o céu com o nascer do sol

Que espargia sua luminosidade pela janela

E me fez despertar e olhar o arrebol...

Encantada fiquei com paisagem tão bela

Era o nascer do dia em forma de aquarela!

 Mena Azevedo

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Meu mergulho

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Meu mergulho

 

Nesse tempo de meditação

Mergulho no silêncio da alma

Nada escuto, além do meu pulsar

Nessa transmutação do meu eu...

 

Entro nas profundezas do espírito

Eu sinto um mar de quietude

A me envolver, a me fragmentar

Num processo de transformação...

 

Esqueço o corpo e continuo a meditar

Sobre a vida até agora, o que fiz dela

E tudo o que atormenta minh’alma

Sedenta de paz, nesse mundo desigual...

 

O espírito chora, quebrando o silêncio

E mostra a vida mergulhada em pecado

Transgredindo as leis dos homens, de Deus

Sem justificação dos atos vividos sem reflexão...

 

Vejo nas profundezas do meu interior

A esperança em recortes da realidade

A terra sanguinolenta a pedir compaixão

Ressuscito a crença na emoção de viver o amor...

 

Mena Azevedo

 

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Pode o amor viver sem sexo?

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Pode o amor viver sem sexo?

 

Pensar no amor numa outra dimensão

Que ultrapasse as fronteiras do puro sexo

Pensar no amor que é luz, vida e emoção

É divisar o sentimento num pensar complexo...

 

O amor do sexo pode, sim, abstrair-se

Se já não se encontram as condições reais

Quando a atração, de súbito, esvair-se

Fica o amor a embalar sonhos especiais...

 

O sexo pode suscitar o amor escondido

Ao proporcionar prazer e deleitamento

Não há sentimento que não seja revivido

Porque o sexo e o amor da vida é alimento...

 

Questões tão complexas estão à prova

Num emaranhado de sentires e ideias

Pode o amor viver sem sexo e até renova

A aliança para viver bem suas epopeias...

 

Mena Azevedo

 

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Miragem II

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Miragem II

 

Fez-se um clarão de repente

E como uma jovem tímida

A lua surgiu lentamente

Derramando sua luz argêntea

Sobre uma imagem fluida...

 

Num lascivo encanto, um perfil

Vislumbro na claridade lunar

Olhar sereno, semblante viril

E o pensamento resvala

Pelo raio vivo cor de opala...

 

Era a luz reconquistando a vida

Uma divina graça vinda ao rastro

Da esperança que vivia ainda

Incrustada no pensamento em onda

E na alma como um alabastro...

 

Na transcendência desse instante

Busco com avidez o seu olhar

No silêncio ressoa qual eco distante

Uma voz tênue que se perde no vácuo

Da minha incredulidade indigente...

 

Mena Azevedo

 

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Levanta-te!

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Levanta-te!

 

Quando tua dor tornar-se verdade

E a amargura ofuscar a tua estrela

Eu estarei presente, mesmo embalde

Para acender a luz e aquecê-la!

 

Levanta-te da tua inércia e foge

Pela estrada que te oferece  paz

Lembrando, assim, o que sofreste hoje

Ficarás bem, que a vida é tão fugaz!

 

O que te faz sofrer é teu inverno

Sempre dentro de ti queimando o sonho

Que nasce e morre num sofrer eterno!

 

Mesmo assim, sequioso de ternura

Segue adiante nesse chão tristonho

Há em tudo um lirismo que te cura!

 

Mena Azevedo

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Voltei ao mar...

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Voltei ao mar...

 

Como um barco à deriva

Parti para enterrar minha dor

Onde a deixei entre destroços...

Foi lá que naufragou meu veleiro

E adormeceu singrando o mar azul

Deixando em saudade o meu amor...

Voltei ao mar para matar

A angústia que se avolumou no meu peito

História que se perdeu nas ondas do sul...

Era um oceano de sonhos coloridos

Naveguei entre ondas gigantescas

Saí ileso, mas em certo ponto não houve jeito...

O barco afundou nas procelas e levou meu amor

E com ele foi meu coração tempestuoso

Quando recebi no rosto o impacto das areias secas...

E todo o meu ser vive assim, ansioso e aflito

Ora sonhando com o mar, divagando entre ondas

Ora vivendo a realidade em eterno conflito...

Mena Azevedo

 

 

 

 

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