Posts de Mena Azevedo Leite (397)

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Essa força

Essa força

 

Potentes mãos me detêm

Nas horas difíceis, escuras

De silenciosos conflitos

Em que o espírito me oprime.

 

No mais escondido de mim

Há uma vontade que alimenta

Sentimentos que contrastam

Com o que orienta minha razão.

 

Num transbordar de emoções

Há uma luta entre o bem e o mal

Mas, secretamente, não vacilo

Porque há dentro de mim o bom senso.

 

Mãos fortes e seguras me detêm

E liberam essa força que converge

E que me deixam transbordar o cálice

Da minha pureza que me retém.

 

Mena Azevedo

 

 

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O crepúsculo sumiu na noite

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O crepúsculo sumiu na noite

 

O crepúsculo sumiu na noite

Um rasgo profundo, riscou o céu

No alto, suspensas,oscilavam estrelas

Um sonho de magia, corpos reluzentes...

 

Detive-me por um instante

Indaguei aos astros sobre esse mistério

Herança ignota, celestial , presa no tempo

Reassumi a jornada no abismo do caminho...

 

Experimentei aquela brusca sensação

E vi que partículas luminosas  fluíam

Dos astros e clareavam meu caminho

Que era estreito e obscuro nessa hora...

 

Mas o amor era uma tocha acesa

Ardendo numa inextinguível chama

Que me rompia do peito arfante

E me queimava a carne que tremia...

 

Mena Azevedo

 

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O choro da caatinga

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O Choro da caatinga

 

A caatinga chora

Não o choro da tristeza

Chora de alegria

Derramando lágrimas

Sobre os campos ressequidos

São lágrimas que a caatinga

Capta do céu em convulsão

Para envolver a terra

Lágrimas que, numa prece,

Lavam os olhos secos...

Fazem correr os rios cansados

De tanto esperar...

Mas o choro da caatinga

Vem secar o pranto

Do homem que só quer viver.

Mena Azevedo

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Chega a madrugada

Chega a madrugada

 

Tudo parece morrer

É silêncio em cada canto

E os vazios da casa

São preenchidos

Por lúgubres ecos...

 

Madrugada chega

Abre a pálpebra cansada

Da mente dormente

Que procura lembranças

Ainda escondidas...

 

No céu, as últimas estrelas

Com aparência doentia

Esmaecem sufocadas

Pela aurora que desponta

Anunciando um novo dia...

 

Uma fria garoa

Refresca os corpos

Que dormem entorpecidos

Esquecidos do mundo

Que se agita lá fora...

 

Cai neblina fosca e fria

E o vento sibila em euforia

Desfazendo o silêncio da manhã

Que chega com sonoridade aveludada...

 

Mena Azevedo

 

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Mãe

Mãe

 

Mãe, tesouro aqui na terra

Que guardamos no coração

Mãe, tu que não desististe nunca

Mesmo nas intempéries da vida!

 

Como o sol esplandeces todo o dia

E tens sempre um sorriso na face

A olhar para as tuas crias que geraste

No teu seio com ternura e afeição!

 

Mãe, não tiveste nenhum defeito

Foste pura nos teus sentimentos

Guiaste teus filhos na escuridão

E sofreste com eles nas suas dores!

 

Mãe, já não estás conosco agora

Mas és eterna na nossa vida

Abençoada por Deus a quem oravas

Com tuas preces benditas e fervorosas!

 

Foste forte e protetora dos rebentos

Afastaste deles as maldades do mundo

E tão bem os educaste com afeto e amor

Mesmo sofrendo com eles na angústia e dor!

 

Mena Azevedo

 

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A minha volta

 

A minha volta

 

Voltei, queridos e queridas poetas

Voltei depois de cinco meses ausente

Desse convívio amigo com estetas

Das letras e da palavra ardente...

 

Voltei, amigos e amigas queridos

Por motivos estranhos à minha vontade

Muita saudade senti de vocês mantidos

Como lembranças frementes pela bondade...

 

Bondade instaurada no meu coração

Ávido de amor por todas e todos

Que me acolheram e que, com afeição

Receberam-me sem firmar acordos...

 

Voltei, amadas e amados poetas

Que em nenhuma vez exigiram de mim

Uma explicação pelas ausências secretas...

 

Mena Azevedo

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Desolação - Desafio de Edith

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Desolação

 

Ah! Inspiração, onde está meu verso

O verso de amor que me dá alento

Na madrugada fria em que converso

Co’a as estrelas e a lua ao relento.

 

Nas curvas do destino fiquei só

Surgiram versos com tons de saudade

Tão tristes são meus dias que dá dó

Olhar para meu rosto; chora embalde.

 

Abri a janela triste e desolada

E a lua desfilava pela aurora

Irradiando luz na minha face

 

Nesse momento eu vi um céu de outrora

Brilhar no rosto cuja dor velada

Sumiu nos versos sem nenhum disfarce.

 

Mena Azevedo

 

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Sofrimento do mundo

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Sofrimento do mundo

 

O homem procura sempre a guerra

Que gera calamidades, destruição violência

E deixa todos os viventes da terra

Em extrema desolação, plena falência...

 

A destruição se espalhou pelo mundo

A ambição mexeu com a cabeça do ser humano

Que hoje faz inquirições sobre o sofrer profundo

Que assola a terra há milhares de anos...

 

Nosso planeta está visivelmente comprometido

Pela violência, injustiça, desrespeito, miséria

Por que não fazer um pacto e atender ao pedido

 Do PAI sobre a paz, a justiça, o amor e vida séria?

 

No entanto, o homem não direciona seu pensamento

 Para as evidências que apontam para a vida imersa em dor

Resultado de experiências feitas sem reflexão e sentimento

  Onde há o mal em vez da bondade; o ódio, em vez do amor...

Mena Azevedo

 

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Solidão alada

 

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Solidão alada

Estar só... Ficar só... Será isso solidão?
Ou solidão é simplesmente um estado de espírito?
Muitos encontram na solidão, a paz, o bálsamo
Que reconforta a alma e a coloca em sintonia
Com Deus, com os Anjos e com os Astros...
É o sentir-se tomado pelas forças cósmicas...
É a comunhão total do humano com o divino.
Outras pessoas se angustiam quando em solitude...
Porque não sabem transcender à matéria!
Procuram nos rostos do outro o seu próprio rosto
Que já se perdeu no emaranhado das fisionomias
Sem nenhuma identidade, sem razão de viver...
Estar em solidão, portanto, depende muito de você
Do seu grau de vivência com o seu eu e o seu espaço.
Você pode, sim, sentir-se solitária, com muita gente ao seu redor...
Como pode estar plena, cheia de si, com as luzes 
E as energias que capta do Universo
Mesmo estando materialmente só.
É nesse momento que você viaja por vários lugares
Põe seus pensamentos em órbita e voa com eles...
Nessa transmutação, há os encontros de diversas formas
Que arrancam da subjetividade tudo que você retém
Como sofrimento, no isolamento caótico do corpo.
Essa é a outra face da solidão... A solidão a serviço
Do aprimoramento da alma e do espírito
Para rever atitudes, comportamentos, ideias...
Pensar nas lutas travadas pelo homem
Na sua conquista pessoal e profissional
Pensar na vida e dar um sentido coletivo
A tudo que fizer, mesmo estando só.

 

Mena Azevedo

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Ser poeta

Ser poeta

 

Ser poeta é desnudar corpo e alma

Em sublime canto de eterno louvor

Ser poeta é manter sempre a calma

Quando ao redor é só conflito e dor...

 

Ser poeta é sentir em cada desventura

A dor que em profusão no peito arde

É proclamar o seu amor em eterna jura

Ser bravo sempre para não ser covarde...

 

É ter desejo ardente de voar em esplendor

 E alcançar as alturas, sentir-se em plenitude

É querer o céu para voar livre tal qual condor

E alimentar-se do amor na paz dessa  solitude...

Mena Azevedo

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