Análise De Um Poema
Não Tenho Pressa. Pressa De Que?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega —
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Análise
Aqui,
começo minha humilde,
mas sincera análise do poema acima mencionado: —
É uma escrita de Fernando Pessoa,
assinada pelo
— heterônimo —
Alberto Caeiro e disponível nas interpretações mais recentes do volume que leva o título de “Poemas Inconjuntos”.
20/06/1919, o poema foi datado.
O tipo dele é verso livre, contendo unicamente, uma estrofe, com treze versos.
Por ser em versos livres,
por conseguinte,
é um poema sem metrificação e nem rima.
A pena, escreveu o poema com o intuito de resumir filosoficamente a pressa.
Como já citei acima, a estrutura do poema é feita unicamente num esqueleto de um única estrofe com treze versos.
Repetindo: Não tenho pressa. Pressa de que?
Foi construído sobre o alicerce de treze versos livres e uma única estrofe.
Não existe no poema, nenhum padrão métrico e rítmico.
Você pode sentir no:
Não tenho pressa. Pressa de que?
Que tem uma avaliação de que não há necessidade de pressa na vida.
Interrogando, pressa de que?
Eu entendo que fica explícito que a pressa é infundada.
É sensacional, ver que no primeiro versos (meu querido autor) afirma que nem a Lua e o Sol tem pressa.
Continuando, ele afirma que ter pressa, é acreditar que a gente tem o poder de passar adiante das pernas kkkkkkkkkkkkkkkkk.
Fernando Pessoa era realmente, fora da caixa.
Isto porque, ele mostra a impossibilidade de com um salto, sobrepor a sua própria sombra.
Eu, JoaoCarreiraPoeta entendo que, quer o Eu lírico, o Sujeito Lírico, ou, o Eu Poético, ter pressa é desgrudar da verdadeira verdade, visto que a pressa é inútil.
Nos versos seguintes essa visão é fortalecida veja: —
O meu braço e o teu, só vão até onde ele alcança. Enfim, nestes quatro versos seguintes ele dá a aceitação de que só é possível fazer o possível.
Aceitando a vida como ela é.
Nos próximos quatro versos, ele encerra com chave d’ouro: —
Dando a entender que, com comicidade, temos que rir aceitando a realidade, entretanto, o Eu Poético ri, vendo-nos precisar de complicações
#JoaoCarreiraPoeta. — 15/04/2024. — 10h27