Posts de Maria Dolores salmerão Fender (198)

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De Pernas Pro Ar

 

 

De Pernas Pro Ar

 

Não preciso fazer nada

Posso ficar aqui deitada

Com as pernas pro ar.

 

Nesta vida indolente

Faço cara de inocente

E deixo o tempo passar.

 

Ele não passa

Segue lento

Não me aguento

Como cansa descansar!

 

Mas não tenho outra saída

Descansar é minha sina

Fecho então a cortina

Para o sol não me incomodar.

 

E no sofá aqui deitada

Espero a nova alvorada

Pra ficar sem fazer nada

Até a morte chegar.

 

Dolores Fender

01/02/2018

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Escuridão

Escuridão

 

As luzes que clareiam minha mente

Às vezes se apagam de repente

E tudo é escuridão.

 

Sigo tateando pelas paredes

Tropeço e caio, me enredo em redes

Fico presa a pensamentos vãos.

 

Neste escuro intenso

Não sei quem sou nem o que penso

Nem o que faço, nem pra onde vou.

 

E assim perco da minha vida

Momentos que seriam bons.

 

E assim perco da minha vida

Momentos que não voltarão.

 

Dolores Fender

31/01/2018

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Coração Molhado


Coração Molhado

Coloquei meu coração
Frente e verso
No varal para secar
Estava encharcado de lágrimas
Não adiantava enxugar.
 
O sol estava quente
Num instante ia secar
Mas, veio a tempestade
Nem deu tempo de tirar ele de lá.
 
Choveu uma semana
Com ventanias e trovões
E meu coração estava lá
Preso no varal para secar.
 
Com o passar dos dias
Não senti tristeza e nem alegria
Sem um coração batendo no peito
Não existe esse defeito
Chamado de nostalgia.
 
Quando a chuva passou
Fui dar uma volta no quintal
Meu coração estava inchado
De um lado
E no verso tinham brotado
As sementes que se escondiam lá.
 
As da saudade estavam bem crescidas
As da amizade começavam a brotar
As do amor?
Não consegui achar
Vou pedir umas  sementes e vou plantar.
Quem quer me dar?
Dolores Fender
04/01/2016
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Preciso Escrever

Preciso escrever
Mas as palavras insistem em ficar
Estão presas dentro de mim
Querem me sufocar.
Uniram-se
 Querem o meu fim.
Estão imensas
Imersas
Indescritíveis
Estão suspensas
Em tramas
Como teias de aranha.
Estou cheia de palavras e vazia de expressão
Num emaranhado de fios sem conexão
Um veneno amargo me sobe à garganta
Minha língua está adormecida
Anestesiada.
Uma suspeita em mim se levanta
Seriam as palavras mal ditas que engoli no decorrer da vida?
Seriam as frases mal construídas?
Os verbos sem ação?
Os sujeitos ocultos ou indeterminados?
Advérbios de tempo mal colocados?
Acabo de descobrir:
É a SINTAXE!
Dolores Fender
02/02/2016
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Ano Novo

Ano Novo

 

Ano Novo tudo novo menos eu

Sou a continuação do que já fui

Como o tempo que segue em frente

Envelhece e se renova

Não volta atrás.

 

Carrego comigo a bagagem que o tempo me deu

Sigo em busca do que o tempo ainda me dará

E como o tempo, vou passando pela vida

Até o relógio parar.

 

Dolores Fender

01/01/2018

 

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NATAL

 

Natal

 

O Natal só é feliz assim:

Eu lhe desejo o bem

E você também, pra mim.

 

O Natal só é feliz

Se tiver uma criança

Criança traz felicidade

Criança traz esperança.

 

O Natal só é feliz

Se tiver muita amizade

O carinho e a ternura

Também trazem felicidade.

 

O Natal só é feliz

Só se você quiser

Se não tiver uma criança

Corra lá aonde tiver.


O

 Natal só é feliz

Quando a gente entende

Que é muito bom viver contente

E que a tristeza não nasceu com a gente.

É só abrir os braços

Com muita emoção

E no aperto do abraço

É que se cria o laço

Lá dentro do coração.

Sorria e agradeça

Ao Menino Jesus

Que veio aqui nascer

Pra nos trazer a LUZ.

Feliz Natal a todos os meus amigos da CPP

Dolores Fender

24/12/2017

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Um Segredo

Um Segredo
 
Vem!
Não tenha medo!
Quando chegar lhe conto um segredo.
Mas, só quando você chegar.
 
Chegue bem devagarinho
Pra não assustar o canarinho
Foi ele quem veio me contar.
 
Disse que ouviu do beija-flor
Que ouviu da flor
Que ouviu da abelhinha.
 
Tão pequena a abelhinha
Vive de flor em flor
Espalhando pólen
Só pólen e colhendo mel
Pensava eu.
 
Mas,  contou também para o bem-te-vi
Que contou para a coruja
Esta, porém, não contou para ninguém
Ficou pensativa a analisar se devia ou não contar
E não contou.
 
Sou como a coruja
Penso antes de falar
Se você demorar muito
Não sei se vou contar.

Dolores Fender

23/12/2015

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Um Poema Diferente

Um Poema Diferente

 

Eu quis fazer um poema diferente

Diferente dos que eu sempre faço

Faço poemas com rimas

Rimas que se repetem.

 

Repetem-se sucessivamente no poema

Poema que ecoa aos meus ouvidos

Ouvidos acostumados às rimas

Rimas que parecem tambores.

 

Tambores que ecoam na floresta

Floresta povoada por feras e índios

Índios que avisam seu povo do perigo

Perigo dos caçadores.

 

Caçadores de palavras são os poetas

Poetas que exploram a floresta de letras

Letras que voam nas asas do vento

Vento que espalha as palavras no mundo.

 

Mundo que ama o poeta

Poeta que organiza as letras

Letras que se transformam em versos

Versos que fazem eco dentro do meu eu.

 

Dolores Fender

19/12/2017

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Falando do Poeta



Falando Do Poeta
 
Quem disse que o poeta
É aquele cara que se senta à escrivaninha
E fica fazendo rascunhos
Até o dia amanhecer?
 
Quem disse que o poeta
Tem que ficar olhando a lua
Que pra escrever os seus poemas
Tem que vê-la toda nua?
 
Quem disse que o poeta tem que ser triste
Morrer com água no pulmão
Perder a mulher amada,
O emprego e o sono?
 
Quem disse tudo isso
Com certeza é insano.
 
O poeta precisa
Só de Deus,
De si mesmo
E do leitor!

Dolores Fender

10/12/15

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O Porquinho


O Porquinho


Conheço um porquinho que tem uma verruga no focinho.
Ele não queria sair de casa de jeito nenhum
Achava que seu focinho parecia um jerimum.

Todos os dias a mãe do porquinho lhe dizia:
Saia filho, ficar em casa é uma porcaria!
O porquinho escutava, grunhia e depois dormia.

Num belo dia o porquinho
Que já era um porco bem grandinho
Acordou tão diferente
Tomou banho e de repente
Disse à mãe: Vou passear!

A mãe ficou animada
Torceu a própria cauda
Até ficar enrolada
Em sinal de aprovação.

Mas quando ele chegou à porta
Quase, quase que ele volta
À antiga posição.

Só não voltou porque não deu tempo,
Lá fora, ao portão
Uma porquinha charmosa
O chamou de bonitão.

Depois o puxou pelo braço e começou a girar.
Foram tomar sorvete
Comer milho de pipoca
E bolo de mandioca.

De focinho cor-de-rosa
Ela parecia uma flor
Nem percebeu seu nariz de jerimum
E nem ele, que a todo instante
Ela soltava um pum.

E foi assim que o porquinho Jerimum
E a porquinha Flor
Conheceram o Amor.

 

Dolores Fender

30/11/2015

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Meu Ser

Meu Ser

 

Crescer

Ser

Sou.

 

Viver

Ver

Vou.

 

Amar

Mar

Ar.

 

Embaralhar.

 

Jogar

Ganhar

Pensar.

 

Sofrer

Chorar

Voltar.

 

Crescer

Viver

Sorrir.

 Sem ti

Sentir

 Só.

 

Sonhar.

 

Dolores Fender

11/09/2017

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Escuridão

Escuridão

 

Anoiteceu no coração do poeta

E a lua não lhe despertou paixão.

 

Anoiteceu no coração do poeta

Como anoitece em qualquer coração.

 

Apenas anoiteceu

Naquela noite incerta.

 

E a lua dormiu sentida

De costas para o poeta.

 

E o poeta não dormiu

E o poema não nasceu.

 

Apenas anoiteceu

Naquela noite incerta.

 

Dolores Fender

28/08/2017

 

 

 

 

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