Ói Seo Dotô
Eu não to pedindo esmola
Aqui, ta faltando escola
Pra meus fio estuda
Ói Seo Dotô
Mininu aqui tem demais
E cada dia vem mais
E num para de chega
Ói Seo Dotô
Hospita sei que é luxura
A gente reza e se cura
E temos Deus pra nos oiá
Mas...Seo dotô
Sem feijão e sem farinha
Nossa barriga vazia
Só serve é pra ronca
Ói Seo Dotô
Nem todo mundo se vende
Semo humilde e descente
Torço pro sinhô ganha
É Seo Dotô
Inté tapinha nas costa
Faz um bem e a gente gosta
Mas num custa pergunta
Se o dotô
Vai fazer iguar que o outro
Que comeu inte meus biscoito
E se mudo pra capitá
Pra se dotô
E nem seque lembra da gente
Ele virô presidente
E vevi de papo pro ar
Sem conta que o decente
Saiu das banda de cá
Ai seo doto...
Depois num vai se queixa...
(Petronio)
Hoje eu resolvi sair de casa
E bater perna por ai
Um tolo pisando em poças d’água
Rindo pro o sol rindo de mim
Gosto de caminhar contanto os passos
Que é um jeito de me distrair
Nem mesmo um tropeção causa embaraço
Não me importo se alguém sorri
Como eu, pessoas caminhando à toa
Sonham com um novo porvir
Alguns vivem hoje a beira do acaso
Outros se apegam a existir
Mas, ver o riso largo das pessoas
É tudo o que me faz feliz
Parecem todos estarem numa boa
Ola! Tudo bem, e ai!
Não há espaço pra desculpas
Vá à praça e de milho aos pombos
De ouvidos aos pingos da chuva
Depois, quem vive entre escombros
Só vai saber da morte e seus buracos
Sabendo que a vida passa
Então, por que fazer dela um obstáculo
Se podemos ofertá-la na praça
Alimentando vidas
Que nos alimentarão... De graça!
(Petronio)
Peço que tire as cortinas da janela
Aproveitando peça ao sol para entrar
Felicidade disse estar à sua espera
Mas me falou que não vai mais te procurar
Vem espanar comigo a tristeza dos moveis
Vamos depois regar as plantas do quintal
Quero que vista aquela sua jeans desbotada
Porque eu sei que ela vai espantar o mal
Amor, lá fora tá fazendo um dia lindo
O arco-íris se enfeitou só pra te ver
Eu quero ver seus cabelos brincando ao vento
Ah! Os contornos do seu corpo... Vai chover...
Vamos sair desse estado de letargia
A vida quer ver o seu corpo em movimento
Na horizontal só vai quem de todo morreu
Então levanta e vamos curtir o momento
Meu Deus do Céu! Quantas loucuras nós fizemos
Daria um livro e com certeza um filme e tanto
Sei que sou causa e efeito desse desalento seu
Mas lhe asseguro, lhe prometo e lhe garanto
Que lhe serei de A a Z! Você vai ver...
Aqui, na Casa dos Poetas e da Poesia
Todas as letras, todas as vírgulas e pontos!
Então amor... Vem!!!
(Petronio)
Se não há mais carinho
Nem resquícios de amor
Não há por que de espinhos
Alimentarmos a dor
Se não há sinal algum
Seja de afeto ou gratidão
Não há por que de jejum
Alimentarmos o coração
E se não há mais desejo
Ainda que seja de estar
Selado ao ultimo beijo
No beijo a se definhar
Então, não há por que
Querer viver uma mentira
Quando todos nós sabemos
Que afinal o mundo gira
O mundo gira
O mundo gira
(Petronio)
Há homens que se escondem do erro
E debruçados no ócio, se refugiam na Bíblia
Fazendo dela o seu balcão de negócios
Sócios, por que não, dessa ambígua cartilha
Se Deus não morreu, certamente
Em berço esplendido descansa
Enquanto neguinho, mata pra mais de mil
Enfim, já cansado se converte
E aos quatro cantos proclama
Que o céu para ele novamente se abriu
E eu que acredito que o único pecado
Esta no arrependimento
Enquanto quem faz e acontece, se cansa
E livre de julgamento
Propaga a plenos pulmões
Que hoje é servo de Deus
O que me causa espanto
Quando diz que o culpado
De todo mal do mundo, sou eu
Que só sei dos meus prantos
Por isso, se tenho que falar
Eu falo sem pedir licença
Pra Deus e todo mundo ouvir
O que minha cabeça pensa
A não ser que queira me calar
Que Deus então me convença
Calando a minha voz
Ou, ignorando-me: Paciência...
"Na cartilha de Deus onde homens se debruçam
e traçam destinos, caminho sobre as águas"
(Petronio)
Se comprimento alguém
E esse me cumprimenta
Não importa de quem vem
Isso me faz bem
E quer saber, alimenta
O meu alter ego
Meu lado angelical...
Mas, se comprimento alguém
E esse me ignora
Não importa quem
Isso não me faz bem
Há, um eu que se arvora
O meu alter ego
Meu lado Bestial...
Não que eu faça questão
Mas um aperto de mão
Faz bem, eu não nego
Se é dado com atenção
Alimenta o coração
E massageia o ego
E meu alter ego
Meu lado umbilical...
(Petronio)
Conheço uma pessoa
Que fala o dia inteiro
Mas eu não digo quem é
Ela é muito gente boa
Mas, fala pelos cotovelos
Em tudo mete a colher
Você pode até duvidar
Mas o que ela mais gosta
E falar da vida alheia
Burburinho ou bafafá
Mais que depressa encosta
E tudo ao redor incendeia
Ela tem língua de sogra
Ela tem língua de trapo
E a praga que ela roga...Meus Deus!
É doce na boca de sapo
Assim, ela então resolveu
Que em 1º de Janeiro
Vai voltar pro telemarketing
E cá pra nós, penso eu
Que, quem fala o dia inteiro
Conversa na Lua, em Marte...
Ela tem língua de sogra
Ela tem língua de trapo
E a praga que ela roga...Meus Deus!
É doce na boca de sapo
( O resto, depois eu conto...)
(Petronio)
O Rock riu do Rock in Rio pra não chorar
Na UTI o Rock ainda vai parar
Mas, se o Diabo é o pai do Rock
E ele ainda da o toque
Ah! Não provoque que ele pode não gostar
Estão fazendo do velho Rock uma farra
Andam cuspindo nos acordes da guitarra
Que cada um curta e cultue seu Tum Tum
Mas cá pra nós... Sem essa de ziriguidum
E quem quiser achar que isso é preconceito
Penso que o Rock esta merecendo respeito
O Rock riu do Rock in Rio pra não chorar
Na UTI o Rock ainda vai parar
E se o Diabo é o pai do Rock
E ele ainda da o toque
Ah! não provoque que ele pode não gostar
Me disseram que agora no alem tem até celular
Mas é um Deus nos acuda, ninguém consegue falar
É tanta linha cruzada, uma verdadeira Babel
O morto da semana passada, ainda vagueia ao leu
E me contaram também que no céu não tem comunicação
Já no inferno o bicho ta pegando, é mil pra cada orelhão
Só não entendo, se tem tanto espaço no jardim sideral
Então, pra que telefone sem fio se lá não chega o sinal
Dizem até que o inferno montou uma grande filial
Arrendando um bom pedaço de terra no Planalto Central
Aliviando assim a demanda e dando aos afortunados
Uma viagem surpresa, sem data e destino ignorado
Quem sabe pro céu, pro inferno quem sabe, até mais alem
De 1ª classe, todos acomodados pela AEROALEM
Podendo levar, uma acompanhante, um amigo, ou ninguém
Pra todos os contemplados, que Deus os acompanhe, também...
( Penso eu que todos irão precisar muito dele... AMÉM! )
(Petronio)
Tem muito espaço pra você
Dentro do meu coração
Pois o espaço que há nele
Não se ocupa com solidão
E sempre caberá mais um
Basta você querer entrar
Faça parte dessa alegria
Venha nele se aconchegar
E pra quem de tristeza sofre
E na solidão se refugia
Haverá sim um que só queira
Servir-lhe como moradia
Seja por amor ou amizade
Do jeito que você quiser
Desde que haja sinceridade
Não importa de onde vier
Então, não há tempo a perder
Por que entregar-se a solidão
Deixe de chorar pelos cantos
E venha pro meu coração
Que sempre caberá mais um
Que venha a mim...De coração!
(Petronio)
Eu to aqui pra te dizer e o que direi para você
Nenhuma vírgula tirarei
Com teus princípios e ideais eu não pactuarei jamais
Ainda que te façam rei
Não é porque sou tabaréu que podes vir com teu labéu
Prostrar-me ante teu cinismo
Quem não mastiga erva-daninha rejeita feijão com farinha
E foge de impaludismo
Como é que vai querer saber de quem mata pra não morrer
Um Jesus Cristo que atura
A quem lhe serve de alcoviteiro dando-lhe um céu de brigadeiro
Sobre meu céu de rapadura
Não quero mais promessas vãs minh’alma se tornou pagã
Deixe-me só com meus cachorros
Mas, antes faremos um trato não brinque mais no meu espaço
Que eu não povoo mais teus morros
“E que nossas verdades habitem os céus e a terra”
(Petronio)
Eu não quero mais usar
A mesma forma de expressão
Toda vez que eu fizer uma canção
O amor já deve estar
Cansado dessa situação
Ser tratado sempre como o vilão
Chega de historias de amor sem final feliz
Amor sinônimo de dor sempre deixa cicatriz
Sim! Quando ao seu amor cantar
Por ele se faça saber
Que não é o amor que nos faz sofrer
Creia, o amor já deve estar
Cansado dessa situação
Ser tratado sempre como o vilão
Porque é sempre a mesma historia sem final feliz
E amor sinônimo de dor irá deixar cicatriz
Sinceramente me diz, eu reluto em acreditar
Que o amor não passa de um vilão vulgar...
(Petronio)
Simples homenagem aos artistas do MPA (Movimento Popular Artístico) de São Miguel Paulista.
Aqui estou eu, Pardal de coleira
Com Akira Yamasaki
Ao lado de Osnofa, Sacha Arcanjo e Heron
Bebendo um conhaque
Edvaldo Santana, no violão murmura
Ruas de São Miguel
Enquanto Gilberto Braz se ajeita e ajeita
A aba do chapéu
E Silvio de Araujo puxa uma cadeira
E me apresenta
Priscila de Carvalho e Sueli Kimura
Escobar ao meu lado senta
Jorge Gregório... Garoto, nem sempre
Isso acontece
Porem acredite isso não é sonho
Apenas parece...
Entre umas e outras logo cai a noite
E então dou por mim
Que se fosse sonho, na certa, presumo
Não estaria aqui
Diz ai Landim! Caramba! Ravi
Com Zulu de Arrebata
Ronaldo, Kono, Edsinho
Missinho! Deixa eu me apresentar...
Desculpem-me se esqueci de alguém
Mas, não foi por mal
Compartilhar com vocês essa felicidade
Eu... Tão simplório Pardal
Osnofa! Dá o cachimbo que hoje eu vou
Beber até cair
E só pretendo acordar dessa realidade
Quando eu dormir
Sé é que eu quero dormir...
Aqui estou eu, Pardal de coleira
Com Akira Yamasaki
Ao lado de Big Charlie, Gildo Passos e Will
Bebendo outro conhaque
Pensei que a Sueli, Clarice e o Andre
Não fossem chegar
Eu nem acredito, devo estar sonhando
Deixa isso pra la...
É, parece mentira, mas estou com a
Turma do MPA...
E se isso é sonho ou realidade
Amigo Raberuan... Eu não quero acordar...
E os bentevis podem voar...