Posts de PETRONIO PAES LANDIM FRANÇA (505)

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A minha poesia

Tão claro como a luz do dia
É saber que você
Não gosta de ler a minha poesia
Sei que te incomodo
Quando você franze a sobrancelha
Mas eu não perco a mania
De sempre alugar a sua orelha

O  meu desejo
Era poder um dia musicá-la
Assim, quem sabe
Ao invés de ler
Eu te ouvisse a cantá-la
No fundo eu sei
Que ela faria muito mais sentido
Quem  sabe, assim
Alegrasse também
Seu delicado ouvido
Por que?

Tão claro como é a luz do dia
É saber que você
Não gosta de ler a minha poesia

O que é que eu posso fazer
Sei que me falta talento
Depois, custa você ler
Se ela não lhe serve de alimento
(Petronio)
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ILUSÕES HEREDITÁRIAS

“No tempo de meu pai parado naquela porta
Havia um mundo de sonhos concretos e abstratos
E enquanto todos os sonhos norteavam seus pensamentos
Os de concreto corriam pelos seus olhos atentos
Envoltos todos pelos sonhos abstratos de meu pai”

E meu pai dizia
Filho meu quando crescer
Vai ser...Bom jogador!
E mamãe me benzia
Filho meu quando crescer
Vai ser Doutor!

O desejo dado a mim por meus pais não vingou
Sonhos jogados ao vento enquanto eu crescia
Recolhidos por alguém que lá de cima me dizia
Que eu seria impunemente um sonhador

Um sonhador de sonhos sem convicções
Um simples colecionador de ilusões

E não por falta de talento, arrisquei ser jogador
E até nas minhas aventuras  sonhei ser doutor
Mas, meu caminho na verdade é por onde eu vou

Na linear simplicidade de minha mãe
E nos lúdicos sonhos de meu pai
Que se perdeu no mundo... Por sonhar demais

E eu, assim como meu pai
Me tornei um sonhador de sonhos sem convicções
Um simples colecionador de ilusões...

(Petronio)

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CALÇA COMPRIDA

Meu filho chegou a hora
De ir para a escola
Não vá se atrasar
Vista sua melhor camisa
E calce seus sapatos
Que o professor está a lhe esperar

Hoje é só o primeiro dia
De muitos que ainda estarão por vir
E eu sei que a estrada é comprida
E te espera pra lida... Não vá desistir

A escola é o seu passaporte
Seja forte e a sorte
Não irá te abandonar
Como tantos.... No meio da pista
Que perderam de vista
Seus desejos de conquistar

Ah! meu filho
Hoje uma nova etapa
Começa em sua vida
Chegou a hora de você se acostumar
Com a calça comprida
(Petronio)
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EU AINDA DURMO NOS SEUS BRAÇOS

Eu ainda durmo nos seus braços
Envolvido em seus abraços
Diz pra mim o que é que eu faço
Sem o seu jeito de ser...

De se fazer assim, parte de mim
Eu, tão servil aos seus afins
Me acostumei a ser assim
Será que irei sobreviver?

Eramos elos de uma mesma historia
Vitorias, lutas inglórias...
Olha pra mim... Diz agora
O que é que eu vou fazer...

Se depois de tanto tempo juntos
Depois de colhermos os frutos
Ah, meu amor, depois de tudo
Tarde demais pra esquecer

Tanto amor, prazer, querer...
Agora, o que é que eu vou fazer
Com tanto espaço… Sem você!
Oh, meu amor...Como viver?

Se...  Eu ainda durmo nos seus braços.

(Petronio)

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Olá você...Que ainda não veio me ver...

Olá você
Que ainda não veio me ver
Então venha
Não é preciso ter senha
Pra me conhecer
Eu gosto das coisas simples
Sem abrir mão da sapiência
Pois da cabeça que pensa
Quero tudo absorver
Pra dividir com você

Conhecimento faz bem
É o melhor alimento
Pra nossa inspiração
Eu pego um pouco de ti
Te dou um pouco de mim
E olha só como é lindo
Nós nos pegarmos sorrindo
Lendo coisas que vivemos
Coisas que um dia esquecemos

E é com grande emoção
Que percebo que você
Mesmo sem me conhecer
É o elo de ligação
Com o meu coração
O que faz ele bater
Por mim e mais por você
Que ainda não veio me ver...
Quando tiver um tempinho, claro
Iremos nos conhecer
Se não pessoalmente
Virtual, será sim... Um  prazer...
Um prazer em te conhecer!
(Petronio)
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Libera! Meu bem, libera!

Tudo que eu queria nesse instante
Meu bem...
Era poder voltar no tempo
Claro, eu sei que nada mais é como antes
Como também...
Não havia o seu consentimento

Qual homem nunca desejou
Ouvir da sua mulher
Que alguém a pouco lhe chamou
Amor! Vá ver o que ele quer...

Aproveita que hoje é sábado
E vê se mata essa saudade
Você diz que anda desanimado
Sai! Só não chega tão tarde

Se não, prefiro que você durma na casa de um amigo
Com essa onda de assalto, todos correm perigo

Ah! Seria bom demais ver isso acontecer
Meu bem...
Já seria o bastante
Mas haverá mulher no mundo que queira saber
Não tem...
O que nos faz tão inconstantes

Se há mulheres que nasceram pra Prenda do lar
Existem homens que nasceram apenas para o bar
(Alguns só descobrem ao casar)

Libera! Meu bem, libera!
E tudo voltara a ser como era
Você voltará a ser minha rainha
Te trarei flores e chocolate todo dia
(Petronio)
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GULA DE VOCÊ

Quero você porque estou morrendo de fome
To como alguém que não come a mais de um mês
Olho você como o touro que olha o toureiro
E vê nele o açougueiro de olho no seu acém

Com tanta carne assim em regime nem pensar
Tenho gula de você e quero te devorar
Te quero de madrugada, no almoço e no jantar
E no café da manhã e na hora de dormir
Não posso me controlar, te quero toda pra mim

E logo de manhãzinha bem antes do sol nascer
Acordo querendo você e você sabe por quê...
É quando seu corpo vejo e bate logo o desejo
De querer só te comer e querer te devorar
Ah! Meu amor me perdoe, não posso me controlar
O meu desejo é tanto, preciso me alimentar
Só de você meu amor, vou te comer devagar
Só pra te comer todinha, ate eu me saciar...

Te comer todinha, até eu me saciar...

(Petronio)

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Porra meu!
Para com esse papo de amor
Olhe ao seu redor
O mundo esta cheirando à dor
Porra meu!
A miséria não é um simples detalhe
Doar o seu cobertor
É um bom começo pra que a desgraça se cale
Porra meu!
Se liga no caos que esta lá fora
E seja mais um desertor
Desse amor onde o ciúme aflora
Porra meu!
Olhe nos olhos da esperança que chora
E para com esse papo de amor...Ator!
E OLHA PRA MIM
AQUI É O VERDADEIRO AMOR AO PRÓXIMO
QUE PELO PRÓXIMO...IMPLORA...
(Petronio)
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PERDOA-ME AMIGO!

Amigo!
Descansa no silencio
Do tumulo do teu peito
Um amigo
Não há verbo pra dor
Quando o beijo jaz
E se faz
Ensurdecedor

Oh! Amigo!
Jogue-me as flores
E o aroma de palavras
Que a tua amizade
À minha recitava

Oh! Amigo!
Nas palavras trituradas
Pela língua ferina
O cálice das verdades
Traz o beijo da mentira

Então, o que foi dito
Pelo bem dito
E pelo mal nele colocado
Amigo
Perdoa-me!
Perdoa-me!
E ressuscita-me
Para que eu volte a sorrir
Dentro do teu peito...
Para que assim
Eu possa descansar em paz!
(Petronio)
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O SERTÃO DE MIM

Quando falo de sertão, falo do sertão da caatinga
Aquele das cisternas, do açude e da moringa
Da mulher que carrega a lata d’água na cabeça
Sob um sol escaldante que transpira e bafeja
E certamente se refresca nas águas do velho Chico
Causador de um ciúme ao qual eu me identifico
Quando olho meu Sento Sé, magricelo, só o pó
Esperando o milagre de um amanhã melhor

“Olha! Lá vai passando a procissão
Se arrastando que nem cobra pelo chão
As pessoas que nela vão passando
Acreditam nas coisas lá do céu”
As mulheres cantando tiram versos
Os homens escutando tiram o chapéu
Eles vivem penando aqui na Terra
Esperando o que Jesus prometeu”

Com certeza essa prece é também pra Petrolina
Que de lá de Juazeiro seu encanto se ilumina
Nos olhos cheios de preces das águas de Juazeiro
Que de lá de Petrolina na carranca do jangadeiro
Vai lavando e vai levando sua dor feita de luta
Ah! Não fosse o Velho Chico que pelo menos lhe escuta
Seria mais um entre tantos que espera e não mais implora
Que venham os homens do sul com suas migalhas e esmolas

“Muita gente se arvora a ser Deus
E promete tanta coisa pro sertão
Que vai dar um vestido pra Maria
E promete um roçado pro João”

Como sempre acaba o que o homem promete
Seja aqui, acolá, ou, seja la no Agreste
Que ate o mar por amor quis se dar de bom grado
Ao repousar no Nordeste, sendo ele, tão salgado
Então, é ai que eu entro quando me indisponho com Deus
Porque, o que custa adoçar a terra que o nordestino acolheu
Porque cavar mais açude ou achatar minha cabeça
Ficar aqui de joelho enquanto outros tomam cerveja
Chega! Chega de tanta mentira vinda dos céus e da terra
Por que se Deus não morreu, dorme no colo da Serra?

“Pois Entra ano, sai ano e nada vem
Meu sertão continua ao Deus dará
Mas se existe Jesus no firmamento
Cá na Terra isso tem que se acabar”

Quanto aos homens? Bem, isso já é uma outra historia...

(Petronio)

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Como disse o Roberto...

QUANDO VOCÊ PARTIU
SEM ME DIZER ADEUS
EU JUREI POR DEUS
NUNCA TE PERDOAR
PRA SEMPRE TE ODIAR
PELO MAL QUE ME FEZ
E DE UMA VEZ POR TODAS
COMO FIZ COM AS OUTRAS
NÃO MAIS TE PROCURAR

QUANDO VOCÊ PARTIU
PENSEI QUE ERA MEU FIM
ENTÃO JUREI PRA MIM
NÃO MAIS ME APAIXONAR
CUSTEI A ACREDITAR
NO MAL QUE VOCÊ FEZ
MAS VOCÊ COMO AS OUTRAS
JURO QUE NUNCA MAIS
VAI ME FAZER CHORAR

SEI QUE É DIFÍCIL ACEITAR
MAS TERÁ QUE SER ASSIM
E COMO DISSE O ROBERTO
DE HOJE EM DIANTE
EU SÓ VOU GOSTAR
DE QUEM GOSTA DE MIM...
(Petronio)
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Com Araldite, viu Judith!

Fez aquilo sem pensar
E vejam só no que deu
Você não quis me escutar
Que era problema seu

No entanto agora me vem
Chorando arrependida
Me dizendo que ninguém
Quer saber da sua vida

No fundo eu já sabia
Como isso ia acabar
Você toda enjoadinha
E o malandro a vadiar

Na hora da  saliência
Sabia do resultado
É, cabeça que não pensa...
O corpo paga os pecados

Então agora agüenta
E se o malandro escafedeu
Risca ele da sua agenda
E cuida que o filho é teu

Eu posso até te ajudar
Que a gente é pai e resiste
Agora...Nós vamos criar
Mas se você emprenhar
Eu juro por Deus...acredite!
Que eu mando te costurar
E depois colar com Araldite

Viu Judith!
(Petronio)
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Balada do peregrino

Sigo sozinho na noite
Buscando respostas
Eu quero entender
O por que dos meus devaneios
Perguntas que faço
A mim mesmo...Por que?

Sigo tocando as feridas
Que sinto sarar
Cada vez que adormeço
Mas logo vem o peregrino
Um vagabundo sem rumo
E me dá  seu endereço

Então a lua, ruas, mulheres nuas...
Me observam a vagar
São elas quem me conduz
Minhas estrelas, alegres mariposas...
Que em meu peito repousam
Todas vestidas de luz

E quantas vezes ao olhar-me no espelho
O que já fui, e o que sou...
Nada mudou...Vivo assim
Envelhecendo e indo de encontro à morte
Buscando a vida na morte
Um caminho a seguir...

Sigo com os olhos voltados pro azul do céu
Meus pensamentos  ao léu
Traduzem a noite fria
Respiro estrelas, lua, mulheres nuas;
Respiro a vida das ruas
Que acolhem a minha agonia

Ah! Eu sigo...
Sigo à procura de mim...
(Petronio)
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A crise de cada um

Nego! Se você me deve
Então, por que não me paga?
A minha crise ta braba
Perdi a mulher e a casa
Perdi também meu emprego
Perdi até meu sossego
E o Joca me botou na tábua
"Aqui, hoje ninguém mais bebe
Aqui, hoje ninguém mais lava
A alma se não me paga"
Amigo, o boteco fez greve...

É nego...Se você me deve
Então por que não paga?
A minha crise ta braba
Vendi o toca fita e os discos
Para os amigos do peito
Ficaram até satisfeitos
Mas o Joca me botou na Tábua
"Hoje aqui  ninguém bebe
Aqui também ninguém lava
A alma se não paga"
E eles aderiram à greve!

É nego... Pago meus pecados
Eu, que era o rei da cocada
E  veja que coisa engraçada
Eu que dobrava os cotovelos 
Agora apelo pros joelhos
Na casa onde não há greve 

"Aqui ninguém nada me deve
Aqui ninguém nada me paga
Porque a alma aqui não se lava
Com a água que a carne bebe"

É nego... Mas você me deve
Então não me venha com greve
Que hoje ainda não comi nada
Por isso dá um jeito...ME PAGA!

(Petronio)
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A ROSA DENGOSA

Estava eu em meu jardim
Quando uma rosa olhou pra mim
E murmurando me falou
Que não queria mais ser flor
Já que não havia mais sentido
Em ver o mundo colorido
Sem a presença do amor

E cabisbaixa ela chorou
Ao me dizer que o Criador
Não via mais nenhum sentido
Em ver o seu jardim florido
Sabendo que o ódio e a ambição
Habitam hoje o coração
Já que o amor foi corrompido

Sim! Deus está indignado e com razão
Ao ver que o homem maculou seu coração
Mas, linda flor, deixe que eu regue seu jardim
Pra que o Senhor possa também cuidar de mim
E que as flores possam exalar o seu aroma
Ainda que a Terra venha cheirar a fecaloma
Quando em adubo minha flor eu lhe servir...
(Petronio)
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RABERUAN

(Dedicado ao poeta Raberuan)

É de manhã
E um pássaro anuncia sua oração
E ao despertar da vida
Seu cantar ecoa em meu coração
Ra-be-ruan
Ra-be-ruan

No entardecer 
Das lembranças que o tempo acolheu
Quando a noite cai
E seu cantar vem repousar nos sonhos meus
Ra-be-ruan
Ra-be-ruan

(Petronio)

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Poesia livre

A poesia livre
Faz com que eu liberte
Todos os meus fantasmas
Ainda que eles, aos meus ouvidos
Fiquem o tempo todo me dizendo
Que melhor seria
Se permanecessem aprisionados
Eu sei disso...
Mas, é que são tantos os fantasmas
Que se eu não tivesse libertado
Um tanto deles, sei la...
Acho que nem com terapia intensiva

Na verdade
Estou pensando em adotar o decreto
E libertar alguns
Por tempo de casa
Bom comportamento
Até mesmo sem fiança e sem avaliar
O grau de mediocridade.

E quem sabe assim
Fazendo uso da poesia livre
Eles também não se tornem mais brandos
E me libertem também
Será? É bem possível...

Enquanto isso
Que a gente se suporte...

(Petronio)
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COMPROMISSO

Em caso de compromisso
Não chegue na hora marcada
Chegue mais cedo e com isso
Não correra nenhum risco
De encontrar a porta fechada

Tem gente que não entende
Que todos têm compromisso
Temos que ser conscientes
Tem gente servindo gente
Necessário é mostrar serviço

E cada um que se cuide
E cuide dos seus problemas
Mudar faz parte, então mude
Principalmente atitudes
Ser responsável é um lema

E depois que a porta se fecha
O que era pra ser, nunca mais
Você vai fazer mil promessas
Virar o mundo às avessas
Relógio não anda pra traz

Então, no caso de compromisso
Não chegue na hora marcada
Chegue mais cedo e com isso
Não correra nenhum risco
De encontrar a porta fechada

Petronio)

 

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Confissões de um Macho(cado)

Antes te olhava só de cima para baixo
Você me olhava só de baixo para cima
No entanto agora eu te procuro e não acho
Pois entre nos ergueu-se uma imensa barriga

Que me tirou aquele orgulho de macho
Ainda que dele só me reste a auto-estima
Se maltratei quem hoje vive entre os cachos
Hoje me humilho, peço e ele me obriga

Vá para o espelho e ante tal maravilha
Curva-te e viva pelo que ainda lhe instiga

E ainda pede que eu nunca mais lhe oprima...

(Petronio)
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Insolação

Sem o inferno, o céu
Pra que serviria?
Só se fosse pra guardar 
Papeis e outros que tais
E todas as porcarias
Que irão nos levar para o céu

Sem o Diabo, Deus
O que Ele faria?
Quem sabe apenas brincar 
Com os seus pobres mortais
Parte da sua alquimia
Nesse grande circo que é seu

Sem o pecado, o perdão
Como ficaria?
Teriam que aguentar
Eu com os meus ideais
Cheios de hipocrisia
Mesmo eu tendo razão, ou não....

Enfim, que graça teria 
O sim, sem o não
O arroz sem o feijão
Casa sem Televisão
Futebol sem o Timão
51 sem limão 
Cerveja sem um balcão

Uma praia sem verão
E eu sem insolação...NÃO!

(Petronio)

Saiba mais…
CPP