Posts de PETRONIO PAES LANDIM FRANÇA (505)

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Da ponta da língua

Se você tem algo pra me dizer
Que diga
Palavras não devem permanecer
Na ponta da língua
Ainda que elas venham carregadas
De ódio e rancor
Guardá-las em seu peito certamente
Só lhe trará dor
Por isso é necessário libertá-las
Goste eu, ou não...
Agora, vai de mim ter que aceita-las
Dada pelo tom
Da sua voz
Que dará vida à minha voz
Que vive na ponta da língua
Sempre disposta a libertar
Da boca muda que mendiga
Toda e qualquer palavra presa
Que se contorce e fica tesa
E saliva... Saliva!
Então, se você tem algo pra me dizer
Que diga
Agora, só não me diga por recado
Porque ai, a gente briga
Certo!

(Petronio)

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Vamos acordar os Vinil!

(Dedicado ao meu guru Big John)

O velho e bom vinil sorriu
E me agradeceu
Porque resolvi
Tirar a poeira dos discos
E o que a gente curtiu...
Ah! Meu amigo...
O tempo não foi nem um pouco
Complacente comigo
Passamos a cultivar
O mesmo brilho opaco na face
E como se não bastasse
Adquirimos uns riscos


Foi a saudade quem me fez
Voltar aqui
Preciso que me desculpe
Oh! Meu amigo...
Fui tão venal com você
Prometo que vou ficar
Ao teu lado te curtindo
Vamos matar a saudade
Lembrarmos a melhor fase
Chega de vê-lo dormindo
Vamos tirar o disfarce
E apertar o cinto
Que o chão vai tremer

Vai rolar Led, Deep Purple, Sabbath
Os Beatles e o The Doors...
Meu coração Rolling Stone
Desafinado que só...
E rabiscado de giz
Espera ouvir Chico, Caetano
Bethânia, Gil, Belchior
E também minha flor Elis.
Oh. vamos reestruturar
As nossas antigas bases
Vou dar um alô pros rapazes
Sacudindo a poeira
No embalo dos Bee Gees

Pela boa musica...
Vamos acordar o vinil!!!

(Petronio)

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Poetas, cigarros e conhaques...

Aqui estou eu, fumando um cigarro
Com Chico Buarque
Ao lado de Tom, Vinicius...Garçom!
Me traz um conhaque
Toquinho e Miúcha baixinho murmuram
Chega de saudade
E Tom  Jobim me diz , isso não é sonho
É realidade

E Caetano chega, puxa uma cadeira
E me apresenta
Maria Bethania, Gal Costa
E Gil ao meu lado senta
Vinicius me diz, garoto nem sempre
Isso acontece
Porem acredite, isso não é sonho
Apenas parece...

Entre umas e outras logo cai a noite
E então dou por mim
Que se fosse sonho, na certa, presumo
Não estaria aqui
Diz ai Petronio! Caramba! Tom Zé...
Chegou com Taiguara
Maria Creuza e os Novos Baianos...
Caetano me apresenta Nara

Parece que não esta faltando ninguém
Então eu vou falar
Não sei quando a gente vai se reunir
Ou se eu vou despertar
Chico! Da um cigarro que hoje eu vou
Beber até cair
E só pretendo acordar dessa realidade
Quando eu dormir
Sé é que eu quero dormir...

Aqui estou eu,  fumando mais um cigarro
Com Chico Buarque....
Ao lado de Tom, Vinicius mais calmo
Pede outro conhaque
Pensei que a Elis, João Bosco e o Milton
Não fossem aparecer
Eu nem acredito, devo estar sonhando
Ou eu morri sem saber?
É, parece mentira mas estou com a
Turma da MPB...
E se isso é sonho ou realidade
Gente! Saber, pra que?







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O ZÉ, CATADOR DE PAPEL

Sou mais um filho de São Miguel
O Zé, catador de papel
Alguns me chamam de Zé Ninguém
Talvez porque eu ando sempre sem
Sem nada que faç’eu mudar de vida
Nem uma perspectiva
Que me valha ver o sol como também
Olhar um olho em cem
E que me faça nele eu me sentir alguém

E ainda que me tratem por irmão
Estando ou não ligados pela fé
Não há quem olhe ou pise no chão
Principalmente o chão que pisa o Zé

O Zé, catador de papel
Que segue atrelado à sua carroça
O Zé, que não paga aluguel
E sente saudades da sua palhoça
O Zé, que passeia pelo céu
Quando avista moça tão formosa
O Zé, que acredita em laurel
E espera que uma alma caridosa

Um dia ainda me chame pelo nome... JOSÉ!
Ou ainda, simplesmente que só clame... Vai Zé!
Talvez minha vida não fosse como é... Pois é!

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O ULTIMO DIA...

Quem há de se lembrar do ultimo dia
Do mês ou até mesmo do ano
Que tenham, por fim, deixado de fazer
As coisas mais simples do seu cotidiano

O ultimo dia...
Quando você levou seu filho para a escola
Ou brincou com ele até altas horas
E contou pra ele as suas historias
E seu filho te abraçou ao ir embora
Quando o beijou, como você beija agora
Na fotografia, seus pais e às vezes chora

O ultimo dia...
Quando deixou de brincar e ser criança
E nunca mais viu seus colegas de infância
E o que fez da sua agenda, seu diário de lembranças
E seus livros e revistas que ficaram na mudança
E tantas outras coisas que se perderam na memória
Oh, ainda que não passem de lembranças transitórias
Farão todas elas, sim, parte da sua historia

Historia que irá contemplar seus dias
Dos meses e até mesmo dos anos
De tantas a se saber, historias a se fazer
Nas coisas mais simples do seu cotidiano

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CPP