"O que é a felicidade?",
me perguntaram uma vez.
Eu nem me atrevi a responder,
não porque me faltou tempo,
disse que era isso,
mas, no fundo, o motivo era outro.

Nunca parei para entender
se o que eu vivia
me fazia ser feliz,
ou se meu subconsciente
não queria que eu enxergasse
a dura realidade.

Dizem que para conhecermos
a tão sonhada felicidade,
temos que viver a tristeza,
resumindo de forma simplista.
Mas, pelo mesmo raciocínio,
como ter certeza
de que conhecemos realmente
essa tal tristeza?

Foi esse o motivo do meu colapso hoje,
pensar e pensar me fez chegar à conclusão
de que nunca vou entender nada da vida,
muito menos me entender dentro dela.

Será que já fui feliz algum dia,
mas me sabotei tanto
que não consegui enxergar?
Ou será que eu não a compreendo
porque vivo sempre no limbo
com a tristeza a me banhar?

Ninguém me responde,
aqui no fundo,
será que a luz que eu vejo
é o sol
ou apenas uma minha lanterna?

Bom, mais um dia passou,
aqui no fundo,
não sei se do poço, do mar, da vida...
mas se você está lendo,
não se amargure.

Tenha um feliz dia triste,
é o máximo que eu consigo desejar,
porque é só o que eu conheço.

Escrito por: Vinícius Bastos (em 03 de jan. de 2023)

Todos me perguntam se é verdade
se eu sinto o que digo,
se vivo o que sinto
e se é verdade que realmente vivo.

Óbvio que a resposta é a mesma,
muda a pergunta, mas a resposta não.
Eu te amo!

Não quero que me entenda,
nem que me dirija nada
a não ser que me beije.
Que sacie minha vontade de ter-te,
ao menos uma vez.

Nossa amizade? Nossas lembranças?
Nossos abraços e ciclos de amizade
que colecionamos até aqui?
Eu não me importo em sacrificar tudo isso.

Não me entenda mal, por favor,
não estou dizendo que foi em vão,
mas afirmo que não quero viver novamente.
Novamente, não me entenda mal.

Eu te amo,
quando eu não sabia disso,
viver essa amizade era meu maior presente.
Mas não podes me pedir
que tudo fique igual,
se o que eu sinto já não é igual.

Eu quero arruinar a nossa amizade,
tenho certeza que deveríamos ser amantes.
Mas eu também tenho certeza que você,
com seus ideais e pensamentos,
não está disposta a sacrificar tudo isso.

Eu não ligo em recomeçar do zero,
conhecer outras pessoas e me afastar,
viver não é isso?
Mas se não for para me beijar,
não me procure, só peço isso,
e não me peça para viver esta prisão.

Escrito por: Vinícius Bastos (em 28/01/2023)

Escrevo essa poesia à todos os solitários,
que mesmo de dia preferem fugir da luz,
aqueles que sentem-se em calvários.

Para todas as crianças internas
que foram impedidas de brincar na areia
e agora não confiam em ninguém que as rodeia.

Aos garotos que possuem medos
e acham que nunca serão homens de verdade
pela falsa ilusão de força à masculinidade.

Às garotas brincando sozinhas na gangorra
porque em seus 15 anos de vivência,
o amor levou seus corações à falência.

Escrevo essa poesia à todos os solitários,
os não-amados, os não-vividos,
todos que se prendem em uma gaiola
sem enxergar a vida além dos ninhos.
Escrevo essa poesia à vocês,
lhes dou um pouco de voz,
escrevo essa poesia à nós.



Escrito por: Vinícius Bastos (em 18/01/2023)

afinal, quem somos?
aonde vamos?
como sabemos o lugar que queremos
se nem sabemos onde realmente estamos?

não sabemos nem mesmo
se há alguém nos observando,
ou até mesmo se há alguém nos manipalando.
como saber quem somos
se nem sabemos se nos conhecemos?

versões de um "eu",
que a alma já expulsou,
ficam apedrejados
nas memórias.
vítimas de nossa evolução
e história.

somos escravos de uma eterna incerteza,
se temos coragem de enfretar o medo
ou se nos deixamos levar pela correnteza
do imenso universo.

afinal, nunca sabemos
onde chegaremos
nada nessa profundeza
que a vida carrega
com sua beleza.

por: Vinícius Bastos
em jan, 2022.

Eu já não sabia
se as árvores estavam chorando
ou se era a chuva as molhando.

O próprio vento virava ventania,
como se gritassse
para que tudo parasse.

Os animais fugiam da gente.
Iam para longe, debaixo das casas,
não queriam ver nossa desgraça.

Está vendo também
ou só eu consigo perceber?
Parece que até a natureza,
observando a gente,
pressente o que iremos fazer.

Tudo que, um dia, nosso amor construiu
parecia se despedaçar
junto com nossos corações.
Já não existia mais vida
nenhuma alma sequer
para dentro dos portões.

A horta secou,
a casa caiu,
o castelo de vidro
enfim se quebrou.

Você me deu a sua chave
da porta da nossa casinha
e fechou de vez o coração.
Eu tranquei as janelas
e queimei toda a emoção.

Um término como esse
acontece todos os dias,
mas, na minha cabeça,
pareceu ser o fim do mundo.
O fim de um mundo
em que, tempos atrás,
eu consegui ser feliz.

- Vinícius Bastos
em: 07 de nov, 2021.

essa é a minha última carta,
que eu escrevi
apenas para você lembrar
da minha letra.

a mesma letra que assinou
aquela cartinha na escola
pedindo pra te namorar,
a cartinha que você rasgou
achando que eu estava a brincar.

anos depois, e você acabou cedendo,
o coração de gelo que tinha aí dentro
acabou derretendo.
e derretendo por mim
(coisa que eu não entendo até hoje,
mas que alegra mesmo assim)

eu sei que você vai chorar agora
lembrando dos momentos
que eu vivi contigo,
daquela música horrível
que eu escrevi debaixo do pôr do sol
deitado no teu colo.

sabe, eu sei que é difícil,
despedidas também me machucam,
mas o destino quis assim,
não nos quis juntos no fim.

é, eu acho bom eu terminar logo
porque caiu uma lágrima aqui
e molhou o papel.

essa é a minha última carta,
a última carta do garoto que te fez rir
apenas porque te amava.
fomos mais um casal
que o destino não "shippava".
só sei que ele saberá
até os últimos dias da Terra,
o quanto eu te amava.

adeus.

(Vinícius Bastos)
- 2021

A vida é cheia de portas.
Cheia de portas a vida é.
Portas que se abrem,
que se fecham,
entro em todas
e não encontro ninguém.

Pareço perdido,
sem rumo nem destino.
Entrei em mais uma porta,
mas não nada aquém.

Mesmo que eu tente,
que eu entre pelas janelas,
a sua memória ainda me guia,
me protege e me fascina.

Pessoas vêm, pessoas vão;
muitos ocuparam meu coração.
Mas não o teu lugar.
Ele, eu acho, que vai ser teu eternamente.

Mas, eu te pergunto,
eu ainda ando contigo
assim como você continua na minha mente?

Mesmo entrando em novos caminhos,
abrindo novas portas,
ainda lembra da gente?

Ou nossa história continua um mar morto
onde você me jogou sozinho
para eu me afogar?
Ou até mesmo nem sabe que estou aqui
porque seria mais fácil assim de fugir,
encontrar um jeito de viver sem mim.

Espera... deixa eu te perguntar...
será possível que
enquanto eu não consegui superar nada
você já nem lembre de nada?

Me mostra a porta que você escolher entrar
pra eu tentar entrar também.
Já que, depois de tudo que falei,
acho que percebi
que pra você
não sou ninguém.

(Vinícius Bastos)
Instagram: @euvinniccius

Setembro, 2021.

Deixa confidencial
essa nossa nova fase.
Novos sorrisos,
novos amores.
Deixa entre você
e eu.

Acho que já experimentamos
como é divulgar
a nossa felicidade.
O mau-olhado se espalha
e ninguém vive a simplicidade.

Ninguém precisa saber,
ninguém precisa conhecer
a nossa história.
Bora anotar tudo isso,
os novos ares
que estamos respirando,
apenas guardados
na memória.

31 de janeiro,
já faz um mês
desde que 2020 acabou.
Sinto que já começou diferente.
Ainda machuca,
mas já machuca menos
(ou estamos tão acostumados
que sentimos menos).

Enfim, tanto faz.
Deixa o mundo ser mundo,
e a gente ser a gente.
Cada um no seu canto,
vivendo a sua vida,
e rezando pelas outras
que não conseguem nem respirar.

Eu contigo,
você comigo.
Espero que 2021
não estrague ainda.
'Tá muito cedo, viu?
Ainda é 31 de janeiro...

Escrito por: Vinícius Bastos
Instagram: @_vinicius.bas

Pará/BR

Quando a lua no mar for brilhar
e toda a festa parar
pra apreciar o luar,
eu ainda me encantarei
com as folhas balançando
livres ao vento;
sentirei cada momento.

Tons escuros da noite
pintarão este dia
como nunca pintaram
outro sequer.
Idoso e criança,
homem e mulher,
todo ser humano
se dará conta
de que o recomeço
já chegou.
Estejamos prontos
para o que der
e vier.

Nós vivemos na terra,
nós somos parte dela.
Somos a luz no fim do túnel,
cada um iluminando
quem está do lado
para sairmos
mais entrelaçados.
Não temos que esperar
o que nunca precisou
ser procurado.

Somos nós
a chave para o mundo,
para a felicidade,
somos as cores
em meio ao preto e branco,
o contraste perfeito.
Somos nós o dourado
que o mundo precisa,
cada um
do seu jeito.

(Vinícius Bastos)

Talvez eu ainda seja
aquele pequeno passarinho,
      tentando aprender a voar.

Minhas asas
ainda são frágeis,
      mas não deixarei de voar.

Todo dia,
seio do ninho,
do meu lar,
voando com o vento
      até me encontrar

(Vinícius Bastos)
@vinicius.escritor (Instagram)

Amigos, da minha dor somente eu entendo, somente eu sei. Não conto, não demonstro. Mas eu a respiro. Guardo pra mim, numa caixinha fechada com cadeado, da qual a vida é a própria chave, a abrindo nos momentos mais (in)oportunos. Aonde vou, aonde caminho, parece que estou sozinho.

Essas dores que me sufocam, chamam de incertezas. Eu acho que são isso mesmo. Não, eu tenho certeza. Incertezas que me agarram e me jogam de um lado para o outro. Eu escapo, mas uma hora ou outra caio na rede mais uma vez.

"Aonde vai se vai cair?"
"Eu falei com o destino, nenhum desses sonhos você vai conseguir!"
"Chega, para, acorda e percebe que nada vai se tornar realidade"
"Sai dessa cama de marfim e perceba a sua eterna infelicidade"

Eu não tinha coragem de encará-las. No fundo, eu acreditava serem verdades, mesmo que eu negasse. Elas me amarravam e eu seguia a vida acorrentado por correntes que minha face não mostrava a ninguém. Meu olhar guardava mais coisas do que ele podia falar.

Foi necessário eu olhar para as inseguranças e lutar. Não venci, tenho medo ainda de perder um dia, mas elas já não vencem com facilidade. Eu prefiro lutar do que me render. A dor me mostrou que é melhor carregar o peso de perder a batalha do que não tê-la tentado.

"Eu acho que você vai cair, e eu depois vai sofrer porque podia ter me ouvido e evitado essa dor"

Mas, quem disse que agora eu quero evitar a dor? Eu vou correr atrás e brigar feio pela minha felicidade, mesmo que acabe sendo em vão. Não é minha derrota, e se depender de mim, ela nunca vai chegar. Pensamentos que antes me batiam, agora são palavras que solto ao mundo para não aprisionar e ocupar espaço em mim.

As pedras, aos poucos, ganham liberdade de mim, e eu sei que um dia seguirei sem essas amarras. As incertezas se transformar em certezas. Certezas de que eu tenho capacidade de construir castelos e muros, não há quem derrube-os. Estou cada vez mais certo de mim mesmo!

Dia a dia
Acordo e levanto
A xícara é a mesma
O café é rotina
Me banho em cafeína
 
Adoço a meu gosto
Bem doce
Pra adoçar a vida
É a melhor forma de esquecer a horrível ferida

Enfim, o café
De todo dia
Dia após dia
Me faz acordar pra realidade
Mesmo que doa
Eu sinto a felicidade
Em cada gole

É sempre o mesmo café
Que eu bebo
Para energizar
E me dar forças
Para lutar
Hora após hora
Minuto após minuto
Segundo após segundo

Acho que o café
Me mantém nesse mundo

Lembra aquela última carta
Que te dei antes de entrar no avião?
Lembrei-te que iria esperar
O dia em que fosse retornar
Pra poder te ter
Pra renascer
E te amar

Eu bem que disse para você
Naquela nossa última noite
Embaixo das estrelas
Que se eu pudesse reescrevê-las
Voltaria tudo e deixaria igual
Só praquele momento reviver
Te amar milhões de vezes
Logo ao te conhecer

Quem pode reescrever as estrelas
Eu não sei
Ninguém sabe

Mas, algo eu sei
Elas são escritas por ações
Amores, momentos
Paixões...

Viver a vida ao teu lado
E você ao meu
Não depende de mim
Depende de nós
Tentando, juntos, viver até o fim
Eu por ti
Você por mim

Eu realmente não posso reescrever as estrelas
Mas, se eu pudesse
Escreveria igual, da mesma maneira
Com a despedida e o reencontro
A dúvida e a noite certeira

Eu reescreveria as estrelas
Mil vezes
Em todas as vezes
Seja com giz ou com lápis
Ou o que eu usasse pra escrever
Ia escrever te conhecer
Assinado com um
"Eu amo você"

Até parece que foi ontem
Aquela tarde
Aquele sol
O banco de sempre
O último dia em que nos vimos 

O último abraço
Realmente o mais dolorido
Sabíamos que chegaria
Esse amargo dia
De deixar o amor vivido

Foi a última dança na praia
Nesta bela estação
Pelo menos pra mim
Vou deixar nossa imagem
Cravada na mente
Até o fim

Deixamos as flores
Tudo ficou para trás
Até a paz
Acho que a beleza do lugar
Tinha morrido ali

Agora
Irei buscar amores de inverno
Pois em todo verão
Estarei a pensar em ti

(Vinícius Bastos)

o coração é vento
que levita a alma
com a brisa traz de volta a paz
renovando a calma

é homem, mulher
é gente
com cicatrizes, dores
correntes, flechas
além de amores

é vida
respiração de novo ar
com suas quedas e tropeços
recomeços e mais recomeços
que mesmo com dor insiste em caminhar

é avião
que parte com ou sem rumo
nem sempre chegando ao final
mas beirando a vida e a morte
ao passear no celestial

é água
que suja, que lava
a correnteza que revive a nascente
hidratando a alma e a mente

o coração é tudo
menos um simples coração
é amor, é fogo
é a chama da paixão
que à vida pede perdão
por tanto machucar

não tem culpa
sua tarefa maior é amar!
porque ele é mais do que conseguimos enxergar...

o oitavo
de doze
de muitos
que ainda faltam trilhar

metade da receita
parte da caminhada
da misteriosa vida
ainda falta logra

açúcar nas dores
para curar desamores
também na mente
para não volva-se inconsciente

salgar cada pedaço
da alma e do coração
para evitar
que os sentimentos
dominem a razão

quis a minha sina
que eu me encontrasse à deriva
da tormenta que a falta de sabor me traz
mas ainda hei de banhar-me na paz

quero eu terminar esta receita
se me permitirem esse feito
para que à felicidade eu seja exposto

enfim
deste texto é o fim
só me resta desejar
que cada um tempere
a seu próprio gosto

Você disse que era um "até logo"
E nunca mais voltou
Mal sabia eu
Que depois daquele dia
Nunca mais sentiria seu cheiro

Entre a despedida
Disse só o que eu queria escutar
Que a viagem iria acabar
Iria pousar novamente nesta terra
Conseguiu me enganar

Deixei-te ir por acreditar em uma mentira
Mas, mesmo preso entre a dor
Ainda não te entendo
Como se romperam nossos laços
Se o meu lado ainda está intacto?

Mergulho até hoje na dúvida
De talvez nunca te sentir novamente
Nem te entender
Fostes uma folha na minha árvore
Que caiu
E com o vento quis viver

embaixo de teus braços
sentia-me seguro
era minha mulher
via-me feliz, amado
num romance puro

todavia
a realidade se escondia
nem eu mesmo
que em teu colo habitava
percebia

teu abraço
teu amasso
não era paixão
era dor, lágrima
desgaste em forma de prisão

teu colo não me abrigava
não mais
me iludia com uma falsa segurança
um inútil sensação de paz

e aqui fiquei
por muito tempo
sofrendo um bug
uma queda
um choque com a verdade
caí da torre
ou me jogastes?

já não me importa a resposta
tú me afundastes na dor
hoje entendo mais sobre o amor

você era a sombra que calava o sol
isso, sim, é amor
é paixão
não o que vivi
vivendo embaixo da tua sombra
sem fiança para sair!

Sempre que recaio
Perante a escuridão
Sinto que preciso me refugiar

Corro
Apenas corro
Independente da hora ou lugar

Termino meu dia
Como todas as vezes
À beira da praia

Sentindo a areia meus dedos
Lavando-se pelas ondas
Faço-me meu próprio cobaia

Como se minhas lágrimas
Se tornassem parte do mar
Isso me alegra
Sinto-me parte de algum lugar

E é assim, toda vez
Quando a escuridão me ataca
Eu disparo, sem cessar, para o mar
Nas águas onde minhas dores podem se lavar

Ainda não entendo direito
O porquê desta ligação
Mas sinto que quando estou na praia
O tempo cessa, as feridas se curam
Talvez a praia seja o meu coração
(Vinícius Bastos)