Postado por Marcia Portella em 3 de Setembro de 2017 às 17:50
A poetisa adormeceu na tarde enredada entre letras. Seu sonho era apenas um fio emaranhado e confuso dos desejos que chegaram em hora tardia nas suas noites sombrias.
Embalada pela solidão adquiriu matizes de desepero clamando por seu poeta distante com intensidade de uma promessa
Asfixiada no tempo pulou sobre ondas que sabia não poder cavalgar... Afogada entre cabeleiras de espuma seu corpo flutuou em branca mortalha cumprindo votos de um amor sublimado
Postado por Marcia Portella em 24 de Dezembro de 2016 às 11:11
Preparem-se para viver o natal com amor. Está chegando um novo ano, é hora de se despedir do ano que passou, é hora de reviver as lembranças, de sacudir a poeira, de lavar a alma e guardar cada momento lá, no coração. Por que agora é hora de apostar no futuro, de brindar o amanhã, de celebrar o que está por vir, de fazer o final um novo começo. Dizem que o tempo transforma tudo, e que tudo é possível com mais amor ao próximo,menos preconceito e muita esperança.Que a paz permaneça entre todos da Casa dos Poetas e da Poesia...Abraços
A quietude da cidade é aterradora... Todos saíram como pássaros em arribação atraídos pela água,o verde,o silêncio, à procura da vida ... Deixaram suas janelas cerradas como olhos fatigados e sonolentos. Seus relógios estão com o ponteiro vermelho dos segundos movendo-se silencioso, num ritmo pálido, cansado de si mesmo, esperando a batida final que jamais voltará ao momento da partida... Na rua árvores fálicas encontram um nevoeiro úmido que borra seus contornos, dando a sensação de um céu sujo e esgotado. No domingo retornarão ao cotidiano,a prisão de suas gaiolas com o torpor da vida ressurgindo nas ruas, com seu eterno burburinho. Chegarão com o frio gélido do cansaço no corpo, nos olhos glaciais; voltando à seus dias, suas contas, sentindo como se a velhice chegasse sem pressa e os tomasse de surpresa, batendo em sua caixa de correio enferrujada... No calendário do passado os números olham de relance os dias marcados, esquecidos... No fim da rua em uma loja de flores_
No cerrado goiano cavalgo estrada,depois de estrada em ritmada cadência.
Solto a rédia,abro os braços dou-me ao vento... Sem tempo,passado,ou destino galopo sem bridão em desatino...
Nas estradas que percorro vou cortando trilhas na dianteira. Levo o Araguaia solitário às minhas costas com ipês floreando minha carreira...
Solto o cabresto sem medo galopo a vida com esporas. Driblo o tempo na tarde inzoneira, que mansa rebuça meu trote golpeando meu peito mudo, De saudade ribeira..
Postado por Marcia Portella em 25 de Fevereiro de 2016 às 11:21
Hoje, a tarde morreu só... Foi por acaso escondida nas sombras do ocaso... Caiu como um véu flutuando leve,esvaindo-se em borbotões de púrpura escarlate...
Seu vitral colorido,estilhaçou no horizonte em fragmentos de arco-íris esparramando um emaranhado de cores no tempo. Na despedida, a cigarra estrela lírica deu seu último recital...
Foi abela tarde engolida pela escuridão da noite,sem flores,velório,lançada em vala comum Em seu cortejo só o vento;que forrou seu túmulo de folhas e o tempo que escreveu o epitáfio: Aqui jaz ... a cor púrpura...