Escuto os passos do medo...
Ele avança para que seja escutado nas
sombras da noite...
Esteve o tempo topo rondando em lugares
escuros,açoitado pelo vento como um
fantasma preso na cela sombria da memória...
Faz do meu corpo seu aquário, onde sua sombra
navega esquiva,vagando pelas veredas primitivas
da alma, flutuando,apertando o laço
que envolve a vida...
Neste momento, a saudade na noite da existência,
cambaleia sonâmbula nas mãos da memória...
Abro o livro do desencontro,não viro a primeira
página,temo que o medo vergue atirado,
por sombra sinistra...
A espera foi longa,deixou um sabor amargo
como uma falta instalada que desliza triste,
Em quase nada...
Marcia Portella
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Comentários
Querida Márcia Portella, é sempre uma grande experiência interior ler um poema teu. Reflexivo, intuitivo, inspirado. Você "passeia" pelas sombras do ser, com a desenvoltura e a leveza de quem bem as conhece... Aceite por favor os meus humildes aplausos a tão bela obra. Beijos, Marcos.
E o mais incrível é que estes medos acabam por produzir sérios problemas de saúde que se refletem no físico, além dos traumas psicológicos e sociais que vão se acumulando. Parabéns pela obra.
Volto a relir e a estremecer-me, querida Márcia.
Outra magistral interpretação da imagem que em meu caiso, mais que medo é PÁNICO...
Belo e bom demais.
Beijos!
Medo, sentimento sombrio, sufocante, alucinógeno que descrito muito bem em teu deslumbrante poema, Márcia! Meus aplausos! bjs