A Besta Ferida
No meio da multidão, uma besta…
Se movendo aos esses, expõe a chaga
humedecida pelo seu bafo infecto,
que aos olhos incautos, ludibria.
Dourada de ouro reluz…
Passeia-se de carne aberta,
que de muito mascarar apodrece…
Mas do alto algo acontece.
Do céu espada afiada refulge,
Desfere-lhe o golpe, a cura,
O dreno que não pode mais ocultar.
Tocaram a ferida da besta e a besta grunhe…
Nada coerente mas apenas o estrépito ofensivo
que ecoa das suas muitas bocas,
ao resguardo da causa indefensável…
Os argumentos do bicho morto que julga viver…
A besta espalhou a semente estéril e daí comerá…
E do fruto que não germinou tirará o seu alimento…
Correrá pelos campos e colherá de árvores que não existem,
Verá frutos imaginários e se fartará deles no seu prato,
Vazio de verdade mas cheio do vento da sua incoerência.
Espírito maligno o tocou, e desse castigo faz doutrina.
Assim vai, fecunda o estrume e esmaga a semente com as patas,
Gera a Besta o céu de bronze sobre a sua própria cabeça,
E o tamanho da sua sombra não há quem meça…
Mário Silva
23/09/2018
Comentários
Boa noite poeta Mario.
Texto execelente.
Parabéns pela obra.
Pedimos que não coloque a imagem no espaço onde está esta pois fica expandida e isto acarreta sobregarga.
Coloque no corpo do texto mesmo, por favor.
Obrigada.
Agradeço Edith! Eu acho que tentei mas não aparecia...
Seus textos são sempre tão intesos e instrutivos. Parabéns!
Obrigado Marta... Sempre alerta... Abraços
Seus textos muito nos emocionam por fortes emoções que ele nos transmite. Meus parabéns Poeta Mário Silva. Um abraço.
Agradeço Ricardo Sales... Grande abraço!
Brilhante Inspiração. Parabéns!
Agradeço Alcebíades... Abraços