A Casinha Amarela

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E aqui te envio uma poesia

A contar de uma casinha amarela!

Na verdade, não falo eu, todavia -

Quem fala, por mim, é ela:

Ora, vejo que duvidas, sorrindo –

Como conversa um ser inanimado?

Ora, meu caro, eu não estou mentindo -

Que até um tijolo de barro colocado

Na casa da Tiradentes o foi por amor

E por obra e bondade de Deus Criador...

E falam o telhado, a lenha do fogão,

As cumieiras, portas e janelas,

Que eram fechadas com taramelas.

Ah - de piso batido era o chão.

A casa se fazia um lar abençoado

E nele andavam Aracy e Chiquinho,

Mãe e Pai da família tão bendita.

E João, Jura, Carlos, Maria, Tereza, Jovita,

Gamito, que aos oito era empregado

Na venda do Seu Durico, ali pertinho;

E mais o Tonho, que por conta da anemia,

Raspava a cal da parede e comia.

E por lá, também Pedro e Zinha -

Ela foi pro convento, ele era coroinha.

Mas por lá não andaram – que tristeza,

Zezinho, Juacyr, Jurandir - cedo partiram,

Por conta de doenças e da pobreza,

E com eles os jardins celestiais se floriram!

A saga da casinha aqui se viu narrada:

Todos se foram – cada um em seu caminho...

E, por emoção - não se diga mais nada,

Porque ela, saudosa, ao tempo resistiu

Até que comprou-a mais tarde um vizinho,

Que então – quão triste – a demoliu!

 

pedro avellar

A Casinha Amarela - pedro avellar   

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Pedro Avellar

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Comentários

  • Gestores

    No meu caso, mudava-se a cor. Mistura do branco no tijolo.

    Eu, como criança achava o máximo.

    Mas, os adultos sofriam. Desconforto demais.

    Valeu Pedro!

  • Que lindo! Parabéns, Pedro.

    Um abraço

    O vídeo ficou excelente.

    • Obrigado, Márcia. Não sei nada sobre essa arte, na verdade.

      O video, além da edição e narração de um filho e uma filha, contou com a habilidade do nosso ZekaFeliz, meu irmão, na arte final (rs).

  • Que interessante, a arte parece estar no sangue. Parabéns Pedrão poeta.

    • Muito obrigado, meu amigo. É, a família se une e isso é bom.

      Veja o caríssimo ZekaPoeta - é meu irmão e foi por ele que ingressei na CPP.

      Grande abraço.

  • Tocante sua escrita. Leitura que cativa.

    • Fico muito feliz pelo teu elogio, Lílian.

      Obrigado, de coração!

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