A poesia é a cura
do mal que aflige a minha cabeça
e esta dor que me censura
é o que a poesia faz com que eu esqueça.
O certo é que o absurdo pondera
nas formas que trazem no peito
as lagrimas que escorrem assustadas,
são as que ensopam meu pior defeito.
Com o infinito social aos pedaços
eu os retrato. Oh! doentia paixão
recortando a poesia passo a passo
assim como retalhado esta o meu coração.
Em oceano profundo, imensos abismos
areias de sangue de um sepulcral divino
a poesia navega sobre este destino
nas águas de horríveis organismos.
Salta-me aos olhos
este grande pudor ufano
este farol que ofusca e fode
é este teu olhar podre e desumano.
Se por certo a poesia é a minha cura
por fazer com que eu veja no passado
o que quer que a m'alma procura
é um futuro que não quero ver desenhado
Se a poesia faz com que a dor desapareça
foda-se se é certo ou errado
pois há um proverbio antigo que diz
antes que o mal cresça
corte a cabeça
das ideias que nos quer como gado marcado.
Havia na podridão, de tudo um pouco,
e um mar de fogo
reverberando em teu rosto, estalos
em luzes ofuscantes...
era uma fileira infinita de carros
todos parados e enferrujados
de desavergonhados governantes.
Alexandre Montalvan
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Comentários
Toda arte nos faz sentir dores a menos.
Parabéns pelo poema.
Buenas tarde poeta Alexandre: —
Eu concordo com seu inefável poema,
ler e escreve é como poetar o vento, o pensamento,
curando as fibras d'alma e do coração.
Parabéns.
#JoãoCarreiraPoeta.