A Espera
Sai de casa hoje, e, estou aqui no Saara centro do Rio de Janeiro, uma área comercial nas ruas, um milhão de lojas, vende-se de tudo e vê-se o nada (o que existe é o vácuo ou um feixe de luz- cadê a matéria?)
Enxame de pessoas, mutirão dispersos e na esquina da rua Uruguaiana marquei um encontro com meu melhor amigo de infância, faz anos, sei lá, uns 10 20 30 40 anos que não nos encontramos, são anos de promessas, e a Espera de um tantinho, Esperou-se demais. Nesta precariedade de espaço e tempo percebo uma fila enorme em frente a relojoaria, relógios em promoção de verdade, a Espera será um tempão, um tampão, o argueiro dos olhos, comprarão, mas sabem como usar o relógio na linha do tempo dos dias, do finito... O calor escaldante reclamante e atraso e Espera do amigo que não aparece, escafedeu-se, perdeu o relógio, marcamos em outro local, não sei, já estou suando friezas, vista embaçada e dou voltas no quarteirão e pioro, acho que vou desmaiar, nunca desfaleci, vertigens e encostado, amparado e respaldado na banca de jornal grito:
- Ei amigo, estou perdido, me ajuda;
e nada; é gente pra lá e pra cá, robotizados com o pensamento a frente do tempo:
- Ei amigo, estou passando mal, me ajuda;
e nada ; é gente invisível da qual sou reflexo, se ainda eu holograma imagem de luz tridimensional, é cadafalso. A banca de jornal cerrou as portas e aí me desespero, vou morrer e sem noção da hora, do tempo, raciocínio esmigalhado. Um filme de multidão passa em minha cabeça, oca de vazio! Espera-se pelo amigo de ontem, cadê ele, esqueceu, morreu, escafedeu, não se deu, no relógio linha do tempo dos dias.
Recorro a Deus em oração, a mente não está cognitiva, oração é uma Espera, é um calor de 50 graus, suores fétidos sistema límbico, a pressão alta, alguém nunca me socorre, e a Espera do fatal me estabiliza, é o conforto e conforma, sento-me tento, caio, na calçada imunda e engolido pelo buraco, Alô buraco.
Assim como tem hora de falar e hora de calar; de entrar em cena e da cena sair; Então;
Hora de Esperar; e Saber Esperar aliando-se ao tempo que se dá, é virtude de poucos;
Esperar com Sabedoria, conhecimento e reflexão, sim, pois Esperar o quê de bom senso é, faz bem, traz na Vida;
Esperar por nada, em vão é perder tempo.
Saibamos que a Vida é uma Fila, e a Fila anda sem Esperar, sabendo como a Fila anda; a Vida é Encontrar “
Antonio Domingos Ferreira Filho
15 -06-2019REVAD
Comentários
Ótima crônica.Caro poeta, espero que não tenha passado por tudo isso.O final foi perfeito.Te abraço
Estimada Poetisa.Já estive várias vezes no Saara várias ruas no centro do Rio de Janeiro, centenas de lojas, tem de tudo,muito calor,suor e sufoco
:mas não passei por esta situação;;O Saara é semelhante ao comércio da 25 de Julho em São Paulo. Caso não conheças o Saara.
Obrigado por valisos comentários
abraços de Antonio
Situação delicada esta que passaste. Teu amigo deveria ter avisado.
Aplausos pela crônica.
.Já estive várias vezes no Saara várias ruas no centro do Rio de Janeiro, centenas de lojas, tem de tudo,muito calor,suor e sufoco
:mas não passei por esta situação;;O Saara é semelhante ao comércio da 25 de Julho em São Paulo. Caso não conheças o Saara.
Obrigado amiga Edith por seu incentivador comentário.
abraço de Antonio
Belíssimo texto, Antônio!
Gostei desse desfecho
Saibamos que a Vida é uma Fila, e a Fila anda sem Esperar, sabendo como a Fila anda; a Vida é Encontrar “
Parabéns. Um abraço carinhoso
Gratidão por sua leitura e precioso comentário. Nem sei como escrevi este texto....Acho interessante...
Obrigado amiga o Poetisa Márcia
abraço de Antonio
Valiosos comentários amiga Ana.
Há um tempo para tudo sobre a Terra e a fila por certo anda ...Amei este seu comentário.
abraço de Antonio