A menina e suas velas (José Carlos de Bom Sucesso – Academia Lavrense de Letras) @josecarloscontador
Na igreja, a grande multidão,
Onde pessoas iam e vinham.
As velas eram seguradas em sua mão.
O poeta não sabia quantas velas
Aquela linda menina possuía...
Eram tantas, mal cabiam nas pequeninas mãos.
Com o dedinho indicador,
Apontava para o pavio,
As unhas estavam grandes,
E no cilindro de cera
Cravava o dedinho,
Como se estivesse desenhando algo,
Que seria lembrança do passado...
Depois, contava uma a uma...
Seriam dez ou doze.
Novamente apontava o dedinho
E mais uma vez apertava a unha.
A mãe lhe reprimia dizendo para não fazer aquilo,
Mas ao descuido da matriarca,
A menininha mais uma vez aprontava.
O poeta perdia
A grande liturgia...
A visão não era direcionada para o papel,
Somente para a graçola
Da moçoila ali presente.
Quando cansou do entretenimento
À mamãe, as velas, entregou.
Apontou para bolsa e água pediu...
Coçou a cabecinha, ajeitou os cabelos
E para o padre olhou....
Não ficou muito tempo,
Novamente pediu o pacote de velas,
Iniciando novamente o ciclo
De apertar as velas com as unhas pequenas.
Então o poeta se retirou
E à porta se adentrou.
Comentários
Excelente teu conto/ poema.
Parabéns.
DESTACADO
Um abraço
Ave, poeta José Carlos! Adorei o teu conto/poema! Muito bom, mesmo. Parabéns. 1 ab
Parabéns poeta José Carlos! Adorei o seu poema!