Quem sabe o que dizer
Que nesta vida já não foi dito?
Talvez um quê de morrer,
Ou, quem sabe, jamais ter existido.
Até as samambaias gritam alto,
Esperneiam com verdes folhas,
Rejeitam este verso que soa falso
E anulam todas as escolhas.
Mesmo um desejo tão latente
De te devorar pelas beiradas
Não parece ser conivente,
Pois não revela quase nada.
Pedras, papiros, folhas ou papéis:
Quem viu poesias, quem as escreveu?
Em sonhos,em bares, paredes dos moteis,
De qual mente doentia esse mal nasceu?
“Alto lá!”, gritou alguém, li na mesa de um bar,
Bebendo cerveja com sal e limão:
“Que o amor morreu no mar,
E que o mar evaporou na escuridão.”
E assim termina a história,
E talvez seja hora de ir embora,
Quando até as samambaias invadem a memória.
Alexandre Montalvan
Comentários
Boa noite Alexandre!
Teu poema provoca uma reflexão sobre o que ainda pode ser dito que não tenha sido dito antes. Fique aqui pensando bastante nas converas que tenho com as minhas samambaias.
Bom final de semana!
Quando a música,
ou a poesia não sai da boca,
mas sim, do coração! Dá nisso.
Uma obra de arte incrível!
Parabéns poeta Alexandre!
Obrigado por compartilhar sua arte.
Um forte abraço.
#JoaoCarreiraPoeta.
Digno de aplausos e flores. Notável.