A QUARTA GUERRA MUNDIAL
Miguel Carqueija
O Tenente Orloff espiou por uma fenda na rocha que se erguia a pouca altura, no meio do deserto. Ajeitou seu traje de pele e chamou:
— Samuel, vam cá.
O sargento se aproximou, apertando sua clava na mão direita:
— Sim?
— Você enxerga muito bem. Quantos inimigos você calcula?
— Estão muito longe, tenente, mas eu diria que são quase duzentos. Tem muita mulher também.
— Isso é que eu acho ruim, é horrível lutar com mulheres.
— Parece que já estão levantando acampamento.
— Não podemos deixar que passem. Vamor reunir o pessoal. Voltaram depressa para junto da tropa e o tenente foi dando ordens:
— Artilharia! Sargento Sebastião, tem pedras suficientes?
— Sim, tenente. Essa região é bem pedregosa. Temos para vários disparos de catapulta!
— Ótimo! Infantaria, todo mundo está com o seu cacete na mão? Todos estavam. O Tenente Orloff passou rapidamente a vista na cavalaria: quatro cavalos, dois burros e seis soldados armados de chuços.
— Eles ainda não nos viram graças a essa formação rochosa! Soldaods, preparem suas armas! Eu vou ficar observando e quando o inimigo estiver bem perto, faço um sinal e todo mundo ataca de surpresa! E mais uma coisa: não quero ninguém sem capacete! Qualquer pedrada na cabeça pode ser fatal!
Assim começou uma das batalhas da Quarta Guerra Mundial.
Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2024.
Comentários
Tema triste, porém o texto é excelente.
Excelente crônica!
Parabéns.
Bom dia:
"Novas guerras que parece prestes a acontecer.
Isso no entanto é algo que só alguns poderosos o conseguem.
Triste? SIM.
Assim, passo a passo, os que navegam nas sombras tomam seu lugar de destaque para aplacar a ira que está tomando de assalto o nosso belo mundo.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
MIguel bom dia: —
Boa crônica parabéns.
#JoãoCarreiraPoeta.