A VALSA

 

 

 

 

 

 

 

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Ainda me lembro da daquela primavera...
Seu corpo lasso, mergulhado entre meus braços,
o meigo encontro dos olhares e dos passos,
tresmudando pro real antiga quimera!

Estão vivos em minha mente aqueles traços
que, ornavam o salão qual mimosa aquarela,
adornada, talvez, por artista de outra esfera,
e, cuja lembrança inda deixa os olhos baços!

Meu outono da vida chegou apressado
mas, aquela nota de amor inda ressoa
dentro d’alma, agora em tom ameno, mais lento

pois, na sombra do tempo, o amor jaz embaçado,
e, o lance, que um dia foi longo, agora ecoa,
como curto compasso sussurrado ao vento!

 

 

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Nelson de Medeiros

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