Abade de Castro – Historiador e Ensaísta
N:1804 – F:1876
António Dâmaso de Castro e Sousa
Nasceu na cidade de Lisboa,
Mil oitocentos e quatro, cedo ousa
Aventurar-se por uma causa boa,
A história será uma sua cousa,
Enquanto pela religião sua vida voa.
Abade titular em Rio de Moinhos,
Arcos de Valdevez, belos caminhos.
Homem de gostos multifacetados,
Viu-se como sócio honorário
De vários grupos às Artes dedicados,
Academia de Belas-Artes, literário,
Conservatório de Música, situados
Na sua Lisboa. Vulto extraordinário.
Homem amante da criatividade
Nunca abdicou da sua, mental, liberdade.
Historiador e ensaísta reconhecido,
Deixou-nos memórias históricas,
Descritivas e criticas, nunca antes lido,
Sobre valorosas obras patrióticas,
Mosteiros de Belém, o mote escolhido,
Tal como o da Pena, escritas exóticas.
Mil oitocentos trinta e sete, o primeiro,
Quatro anos depois, o outro parceiro.
Ano de trinta e oito, Palácio Real
É o visado. E logo no ano seguinte,
A Bíblia dos Jerónimos tem sorte igual,
Trata-se de uma obra de requinte,
Oferenda ao futuro rei de Portugal,
- Manuel, tanta dúvida ainda persiste.
Quem a ofereceu é questão permanente,
Desde esses tempos até ao presente.
Bíblia, em Florença, manuscrita,
Muito terá custado ao público erário.
Mil oitocentos quarenta e três, nova escrita,
Agora, que homem extraordinário,
O tema da memória é o castelo de Sintra.
Engrandecendo seu espólio literário.
Ano de mil oitocentos quarenta e três,
Se publicou tal obra deste abade Português.
Nem só as grandes obras o encantaram,
Ano de mil oitocentos quarenta e quatro,
Suas ideias, Francisco de Holanda, avistaram,
Não hesitou em escrever-lhe o retrato.
Antigos coches da casa real não escaparam,
Ano seguinte, foram mote de novo acto.
Também escreveu, lógico, sobre religião,
Origem do processo de uma certa procissão.
Nossa senhora com a invocação da saúde,
Ano de mil oitocentos cinquenta e sete.
Aqui fica o alerta para que se cuide,
Quem contra as gentes das artes acomete.
Nunca haverá Abade que sempre o ajude,
Mesmo quando a sorte muito lhe promete.
Abade de Castro, grande vulto e alma boa,
Morreu em setenta e seis na sua Lisboa.
Francis Raposo Ferreira.
10/10/2019
Comentários
Magnífico poema histórico.
Aplausos pela obra, Francisco.
Estou adorando ler seus escritos.
Parabéns!!!
Abraço