Açude de Mágoas

Sentado só ao pé da escada
Olhando o fim da longa estrada
Nessa distância me deixo levar
A tropeçar por sonhos de uma vida inteira
De tantos já cobertos pela poeira
Ante a relutância do meu lugar

Que reluz em minhas mãos como cristal
Nesse sol que vem pra me contar coisas da capital

Que pede pr'eu deixar pra traz o meu sorriso
Já que o coração nas mãos será bem mais preciso
Eis que seu sorriso, guardo no bornal
A luz que irá nortear meus passos na cidade
Onde o sol vem derramar a sua claridade
Sobre o pó das mãos, com gosto do sal

Nesse sol que virá me contar coisas do meu lugar
Que reluz em minhas mãos a me guiar

Sobre o asfalto quente
Onde há um espelho d’água
De imagens insanas e léguas tiranas
Meu açude de mágoas

 

(Petronio)

 

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