AINDA BEM
Ainda bem
Que tenho os nasceres e pores do sol;
Ainda bem
Que tenho as noites enluaradas e o céu estrelado;
Ainda bem,
Que tenho o gorjear dos pássaros ao amanhecer;
Os dias cinzentos do sertão,
A caatinga que morre e renasce a cada ano
Como a fênix renasce das cinzas;
Ainda bem
Que tenho a tranquilidade de uma cidade pequena;
Tenho a inocência de duas crianças a me questionar e a crescer
Cotidianamente e continuamente ao meu lado,
Fazendo-me vivenciar os segredos magníficos do crescimento humano;
Ainda bem que tenho um grande amor na minha vida,
Que me faz viver hora no céu, hora no abismo,
Hora na tranquilidade serena de um amor verdadeiro;
Ainda bem
Que tenho a poesia,
Para versificar tudo isso e fazer de cada detalhe uma poesia constante
E urgentemente necessária;
Do que e adiantaria tanta beleza,
Se não tivesse a sensibilidade poética para admirá-las?
O que seria de mim se não fosse a poesia intrínseca de mim,
Que não me abandona,
Ainda que a inspiração seja fugidia?
A presença dela me é vital
Sempre me faz melhor do que tenho sido,
Ainda que pra mim mesma.
Virginia Santana
Comentários
Obrigada!
"Do Que Adiantaria Tanta Beleza, Se Não Tivesse a Sensibilidade Poética Para Admirá-las?"... Lindo! Ainda Que Eu Falasse a Língua dos Homens, Que Eu Falasse a Língua dos Anjos, Sem Amor Eu Nada Seria!... Brilhante Inspiração, cara poetisa... Ainda Bem que você é assim... Parabéns!
Obrigada!
Ainda bem que escreves poesia tão linda
Abraço poético
FC
Obrigada!