Seus olhos estavam perdidos no espaço e no tempo.
Suas mãos, igualmente, perdidas naquele afago antigo àqueles rostos infantis, suados que corriam pela casa e bagunçavam tudo.
Seus ouvidos procuravam ecos do burburinho daquelas vozes e sorrisos enquanto brincavam deixando brinquedos espalhados...
__Onde estão meus filhos?
Era a pergunta que mais se repetia entre os resquícios de memória e sanidade, quando de repente um vento levantava a poeira do tempo e fazia rodopiar no ar, seus fantasmas.
E ela balbuciava seus nomes na lembrança maternal.
E nesses instantes de loucura e lucidez, parece-lhe ouvir de novo duas vozezinhas responderem dentro do peito, do lugarzinho secreto em que brincam de esconde-esconde:
__ Achouuuu!
Então, em sua cadeira de balanço, desfiando nos lábios enrugados, empalidecidos e tristes, um fio enlouquecido de alegria, ela sorri.
By Nina Costa, in 15/11/2024.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
Comentários
Já dizia Antoine de Saint-Exupéry:
"O amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte."
Portanto, seu texto é linnndo!
E me vem à mente um dos livros de Raquel de Queiroz que li.
Parabéns Nina querida.👏👏👏👏👏👏.
Outro abraço fraterno.
#JoaoCarreiraPoeta.
Verdade, João! O amor é eterno e revolucionário! Irreverente e sustentável!
Que bom que meu escrito, tão simples, lhe traz referencias tão boas à lembrança!
Gratidão pelo carinho!
Beijos de Nina Costa
Comovente cenário se faz na escrita. Saudações poéticas 💐. Ótima noite
Esse texto, fiz em homenagem à avó materna de meus filhos, minha falecida sogra (Obs.: não existe ex-sogra). Ela, quando morreu, não se lembrava nem de mim nem de meus filhos (seus únicos netos). Uma tristeza esquecer assim...
Obrigada pelo carinho, amiga!
Beijos!
Nina Costa