ASSOBIOS FELIZES AO AMANHECER

Uma coruja vigia,
folhas secas estalam
sob umas botas ainda frias
de um ser madrugador
que num ritual tranquilo
lança um assobio libertador.

O vento devagarinho
lança à árvore o rumor
que pelo caminho
há um camponês madrugador,
que entoa com prazer
assobios felizes ao amanhecer.

O camponês, com a mão,
retira migalhas de pão
do bolso remendado
do sobretudo usado,
e oferece ao passarinho
que se espreguiça no ninho
pipilando com alegria
ao homem que assobia.

Numa janela quadrada
uma nuvem dança encantada
à criança que de ouvido sonolento
escuta o vento
que prolonga com prazer
os felizes assobios do avô ao amanhecer...

 

Fernanda R-Mesquita

Voz de Irene Coimbra

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • This reply was deleted.
  • This reply was deleted.
  • Congratulação, cara R-Mesquita:

    Seu poema é sensível como folhas  alaranjadas e fulvas a rodopiar na queda sazonal de outono. Abraço; j. a.

    • Muito obrigada pelo comentário José Aurélio. Abraço e boa continuação de toda a sua atividade literária. 

  • Linda poética. Parabéns, Fernanda 

  • This reply was deleted.
  • Encantada com seus versos maravilhosos!

    Parabéns, Fernanda!

    Bjs

     

This reply was deleted.
CPP