O nada que se escreve é pleno,
as letras esculpidas são feitas de medo,
mas o rosto que me fala
é o que me mostra o espelho,
sussurrando um segredo.
O vento não faz dançar a areia
na praia branca dos teus olhos negros,
onde as ondas estraçalham rochedos,
onde a dor do amor permeia.
Amo-te... oh Deus! no limite das
minhas fronteiras.
Dói-me a perda no entardecer,
a agonia que viria com a lua cheia,
desabando alvissareira no estertor da manhã.
Amo-te... oh Deus! fere-me quando te leio
no tremor das águas turvas,
tecidas na roca de fiar,
como um sol que se dilui e se curva
no contorno dos teus lábios vermelhos,
assoprando o ar.
Alexandre Montalvan
Comentários
Exuberante Poesia 🌹 Leitura imperdível
Um lindo poema, composto por uma belíssima tapeçaria bem tecida que encanta. Saudações do bem! #JoaoCarreiraPoeta.
Quantas muitas belíssimas metáforas..
Os versos caminham na observância de que podem assumir diversas nuances , mas é o Poeta que define o destino de cada verso e então se completa a Poesia.
O Amor, a saudade da perda do Amor , e dói demais ao entardecer quando o sol Astro-rei se esconde deixando uma nostalgia da falta da quentura morna nos sentimentos doloridos.
Uma poesia de excelência com vocabulário expressivo.
Abraços fraternos prezado Poeta Alexandre Montalvan por seu precioso trabalho.
Antonio
Uma poesia alforriada, livre e encantadora tapeçaria poética! Seus versos evocam meus cumprimentos! Saudações do bem! #JoaoCarreiraPoeta.