A fantasia que me movia pela noite
Em busca das migalhas do teu afeto
Foi evaporando a cada inseto em volta
De uma lâmpada incandescente e nula
Minguado fui me incorporando às flores
De um paupérrimo lençol árido e surrado
Tive sede e a umidade dos teus lábios
Não se encontrava mais ao meu dispor
Gélido como a extensão polar da solidão
Tentei expandir-me para além do círculo
Mas percebi que era mais que um século
A distância pela qual eu teria que rastejar
Não era somente te enviar uma mensagem
Desculpar-me ou implorar para a tua memória
Colher os frutos daquilo que semeie em tua pele
Em cada saliência pelas minhas mãos férteis
Passou a ser algo mais do que me reconstituir
E encontrar o desejo que me assombra no vazio
Ainda assim há os minúsculos cacos que se foram
Para serem ausências eternas do ápice sem retorno
(CLÁUDIO ANTONIO MENDES)
Comentários
Eu amei!
Beijosssssssss
Poema repleto de lirismo.
Belíssimo!
Destacado!
Agradecido aqui pelo destaque e pelo comentário.
Agradecido aqui pelo comentário.
Poeta Claudio poesia encantadora
maravilhosa adorei meus aplausos abraço...
Agradecido aqui pelo comentário.