Antes ainda dos primeiros raios
Enquanto nos monastérios rezam breviários
O solitário poeta compõe piedosas poesias
Enquanto a vida acorda e se movimenta
Freneticamente para o lazer ou trabalho
O atabalhoado poeta traça desejosas poesias
Assim que o tempo passa e a fome sacia
O que as panelas fritam e assanham na fumaça
O abnegado poeta entorna insatisfeitas poesias
E à hora da sesta nas primeiras vibes da tarde
Enquanto alguns dormem e outros ao sol ardem
O ardiloso poeta escreve irrequietas poesias
Já no lusco-fusco do meio termo das horas
Quando as Marias avem declamando ladainhas
O descuidado poeta arquiteta saborosas poesias
Pelo final da noite no profundo da madrugada
Onde a cidade e rincões saciam as fantasias
O inebriado poeta desperta insones poesias
E desde a manhã cedo até o ocaso do dia
Pelo meio das certezas que a vida se apropria
Eu poeta fecundando orgasmos nasço tolas poesias
PSRosseto
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