Quantas ruas terei percorrido e nem percebi, quantas normas quebrei, quantas sombras e sonhos terei vivido e ainda estou aqui, enquanto a vida se dilata ninguém te dirá que essa pode ser a última vez,
Sempre aguardo essa encruzilhada, que vem como uma luz dispersa e incesante, vigília de memórias perdidas irremediávelmente, como o rumor dessas multitudes que ficaram perdidas no espaço e no tempo,
Neste outono confesso que criei tantas criaturas ávidas de silêncio, mais também falam palavras que queimam nesse fogo abandonado e que explodem como bombas relógio,
Quantas vezes construí tudo e destruí tudo dentro de mim, nesse afã de mostrar meus pedaços, tentando desarmar as armas que ainda me restavam , tudo tudo atravessa e divide, como essas promessas de um céu azul com crueldade,
Neste outono confesso cada memória e cada lágrima, mais ficou algo comigo que nunca perdí, como uma página aberta com sentimentos encapsulados brilhando no vazio dos anos.
Diego Tomasco.
Comentários
Caro Diego
Um poema muito bem elaborado descrevendo o que o poeta sente na vida vivida em toda sua plenitude.
Admitir erros, passados incertos e tudo mais, torna o sonhador de versos, um caminhante de vidas passadas.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Obrigado Bridon
Parabéns Tomasco pelo belíssimo texto.
Obrigado pelas palavras querido