CORTEJO

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Se existisse acaso seria acaso a escolta
que vi na tarde gris, de tristeza coberta...
Ao campo santo, com serenidade envolta,
seguia o cortejo pela rua deserta...

Estranha sensação de uma certeza incerta,
encheu Minh! Alma dum vazio sem revolta;
e, me esquecendo o compromisso de hora certa,
por força invencível parei, dei meia volta...

Seguindo o funeral a dor minha alma inunda,
ao saber que o corpo inerte ali escoltado
era do amigo que na dor me deu guarida!

Pensei: Qual sensação seria a mais profunda...
A minha? De inda estar no mundo acasulado,
ou a dele, que ia livre para a vida?

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Nelson de Medeiros

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Comentários

  • Caro amigo Nelson

    Um expressivo poema e muito talentoso.

    Seguir livre para outra vida, outro plano ou outro Planeta nos faz acreditar na possibilidade de termos um eterna vida.

    Parabéns, caro Nelson

    Abraços

    JC Bridon

  • Nossa! Que encanto de versos! Parabéns,poeta. Um abraço 

  • Mais um belo soneto! Seus poemas são como chuva de lágrimas, apagando as chamas que queimam meu coração. Por isso, estou tirando meu chapéu para ti. Um forte abraço.

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