COSTURAS

 
São os seus dedos quem determinam
Os rastros e trilhas da linha no pano
A agulha apenas perfura

Quem borda são os olhos
Quem cinge seus sonhos
Quem dobra é seu tempo
Que apara os seus desejos
Desdenhando a costura

Essa moça faz do tecido sua alma acesa
Que veste o que precisa e mostra o que a esconde
Onde somente a imagem alinha-se à emenda
E cola uniforme as cores sobre a pele
Ilumina-se do brilho da seda no corpo
Como a sede sacia o lábio pelo copo

Assim a moça traja o que ela mesma tece
Enquanto desnuda qualquer palavra em silêncio
Como um furo ao pano que espera o fio
Da linha profana que o perfure e cose

Essa túnica de versos
Que se transmuta em veste
Cobre!
 
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Paulo Sérgio Rosseto

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • Que bom vê-lo e lêlo.

    Maravilhoso poema!

    Feliz Ano Novo!

This reply was deleted.
CPP