A Metáfora: O Artífice Dos Sonhos
— Hoje, eu vou repetir quase a mesma pergunta da crônica anterior:
Juão Karapuça, tu sabes o que é essa tal de metáfora?
— Tenho algumas dúvidas professor, mas acho que sei algumas coisas, também tenho uma historinha bem legal para contar:
— Pois conte Juão. Estou ansioso para ouvir.
— Professor, era uma vez, em uma terra onde o “nada” era "tudo" e o tudo cabia em um fiapo de pensamento, que vivia a tão afamada Metáfora.
Ah, ela não era qualquer artífice de palavras, não mestre. Era como uma musa poética, tecendo realidades díspares em uma só tapeçaria.
Ela tinha uma habilidade avassaladora, fazia da retórica uma dança sublime.
Sua pauta?
Guardar beleza nos detalhes e enaltecer o que estava além do óbvio.
Mestre, a metáfora era, sem dúvida, uma ode aos sonhos, àquela iminência do que está por vir, mas ainda se esconde nas sombras.
Sua obsessão era sempre transformar o comum no extraordinário.
Fazia com que cada palavra reverberasse como uma âncora de significados, ao mesmo tempo leve e profunda.
Quem ousava refutar a sua influência?
Poucos, diria eu.
Talvez alguns puristas, obcecados pelo literal, que tentavam espicaçá-la com suas regras rígidas.
Mas dito isso professor, a Metáfora sempre se reerguia com uma graça intocada, dissipando qualquer tentativa de apagamento e desprezo.
Então veja, ela não se contentava em ser apenas uma figura de linguagem;
era mais um elemento entre tantos outros da poesia da vida, ancorando-se nas perspectivas díspares e díspares, ao mesmo tempo, unindo extremos.
Desde então mestre, ela tornou-se recorrente em textos de amantes e poetas, tanto quanto em discussões acaloradas e retóricas.
A beleza da Metáfora mora justamente nesse toque mágico de transformar o nada em tudo, o vazio em pleno.
Quando ela se lançava na mente dos apaixonados, criava mundos onde o amor era âncora e o tempo, um mero espectador.
Haja visto que a vida sem metáfora seria como o céu sem estrelas cheio de espaço, mas sem brilho.
Portanto, ela habitava em cada recanto, entre o que é e o que poderia ser, entre o real e o imaginado, como uma eminência silenciosa, mas irresistível.
Sobretudo, o poder da metáfora não era avassalador pelo impacto imediato, mas pela forma como suas palavras reverberavam nas profundezas de quem a recebia.
A metáfora era, portanto, o artífice das emoções.
Fim!
Infelizmente acabou. O senhor gostou professor?
— Decerto que sim Juão, mas estou com medo. Minha mente parece estar sendo invadida.
Mas de qualquer jeito, com metáfora, ou sem metáfora,
com medo, ou sem ele, eu deixo aqui um cheiro poético e metafórico a você que nos lê.
Que nosso querido
— Deus —
te abençoe ricamente tu e tua casa.
#JoaoCarreiraPoeta. — 20/08/2024. — 11h
Comentários
Caríssimo amigo João
Uma verdadeira aula de que poucos,muito poucos mesmo vivem anos brindar com seus belos conhecimentos.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Obrigado mestre Bridon pela visita e bela apreciação.
Muito bom Equipe Dr. Carreira.
Gratidão Margarida pela visita e apreciação.
Excelente!!! Uma imperdível leitura. Parabéns!
Um abraço
Ter você por perto é uma dádiva de Deus. Obrigado pela elegante visita e gentil apreciação..
Genial esse diálogo onde escritor mostra toda sua habilidade com as palavras. Eu sou péssima de metáforas mas gosto de aprecia las. Parabéns e votos de boa noite
Obrigada poetisa Lilian.
Você sempre gentil em suas elegantes visitas
e gentis apreciações.
Amo ler seus ricos e incentivadores comentários.
Uau! O seu texto é de tirar o fôlego! Lindo! Perfeito! Parabéns!
Você também minha gauchita querida. Amo seus comentários incentivadores. Gratidão sempre.