Crônica — Era Uma Vez Um Dicionário

Era Uma Vez Um Dicionário

Eu confesso que inconscientemente, sempre tive dentro do meu eu lírico,

o desejo de escrever algo sobre este camarada tão usado.

Portanto, era uma vez um dicionário,

não um qualquer,

mas um daqueles que carregavam em suas páginas a preeminência das palavras. 

Este léxico, no entanto, não era apenas um catálogo seco de significados.

Ele possuía uma alma, uma verdadeira idiossincrasia que o tornava simplesmente, único.

Ali, acachapantemente, entre as palavras, havia um universo inexpugnável e inescrutável, onde as letras dançavam ao som de reminiscências primaveris.

Enquanto isso, o glossário observava com parcimônia o mundo ao seu redor. 

Via como os estereótipos

e a jactância das conversas mundanas diferiam das nuances que ele guardava com tanto carinho e apreço. 

Por conseguinte,

ele sonhava em uma epifania,

onde todos pudessem entender a verdadeira essência das palavras, além da sua mera monetização.

Num inesperado dia,

nas tratativas internas entre suas páginas, o dicionário teve uma  fantástica ideia. 

"E se eu pudesse transladar a minha sabedoria a todos?"

Porém, sabia que essa tarefa não seria tão fácil. 

Haja visto que, o mundo estava cheio de distrações e,

sobretudo, de pueris tentativas de compreender o vasto oceano azul esverdeado de palavras.

No entanto,

a preeminência do dicionário sobre a linguagem era simplesmente inquestionável. 

Ele sabia que, embora cada palavra tivesse uma definição, sua verdadeira essência diferia para cada coração que a lia. 

Era a magia da linguagem, algo que nem Saturno, com toda sua majestade, poderia eclipsar.

Finalmente,

o dicionário compreendeu que sua missão não era apenas ensinar, mas despertar a paixão pelas palavras. 

Portanto, com um sorriso invisível, ele aguardou pacientemente que cada leitor, em suas jornadas diárias, encontrasse uma pequena epifania entre suas páginas. 

Pois, tampouco importava o quanto o mundo mudasse,

o amor pelas palavras permaneceria sempre, absolutamente intacto.

Fim.

Um cheiro lexical e poético a você que ama pesquisar-me.

Sinceramente, que o nosso 

— Deus — 

te abençoe ricamente tu e tua casa.

#JoaoCarreiraPoeta. — 12/08/2024. — 10h12

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Comentários

  • Caríssimo amigo João

    "Era uma vez um dicionário", fica marcado para sempre no coração dos que dele se utilizam.

    Infelizmente hoje o que parece é que está simplesmente esquecido surgindo daí uma verdadeira variedade de erros, muitos erros.

    Utilizo-me dele e com ele tenho certeza absoluta do que quero para minha vida.

    Como costumo afirmar: "o mundo precisa parar de se exterminar, pois está bem perto daquilo que os sensatos humanos não desejam.

    Será que viveremos num mundo desigual?

    Infelizmente creio que sim.

    Uma crônica muito bem elaborada, caríssimo

    Parabéns 

    Abraços

    Bridon

    • Obrigado mestre Bridon. Teu comentário é uma nota única na sinfonia de uma inteligente apreciação.

      Me sinto ligeiramente lisonjeado.

      Um forte abraço.

      #JoãoCarreiraPoeta.

  • Gestores

    Louvo a sua crônica. DESTACADO.

    • Obrigado pelo DESTAQUE magnânima Margarida.

  • Maravilha! Criatividade e sagacidade literária 

    Grande abraço 

    • Mestra, me sinto sinceramente lisongeado com tua visita e comentário.

  • João

    acredito que infelizmente uma boa parte da população não utiliza o dicionário,pois a moda é escrever errado,

    mas voce mostrou a importancia do dicionario em nossa vida

    parabéns

    seu vocabulario é rico e variado e merece meus parabéns de novo

    um abraço

    • Mestre Davi fico honrado com tua visita e inteligente apreciação.

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