Crônica — Um Romance Entre o Próximo e o Alto

Um Romance entre o Próximo e o Alto"

— Ricardão poeta depois de umas longuíssimas férias resolveu dar as caras.

— Professor, eu acho que o senhor esqueceu que o trio “Parada Dura” está fazendo faculdade de filosofia. Juão Karapuça está sempre aqui, pois é rico e não trabalha. Ele só estuda e namora.

— Mas, ele é corretor de imóveis, Ricardão?

— Decerto que sim, mas quem trabalha são seus corretores. Professor vamos deixar de conversa fiada, haja visto que temos uma crônica pulquérrima a ser feita.

— E você veio substituir o Juão? Ele está ficando famoso, você sabia?

— Sim professor, mas sou tão bom quanto ele:

— Eu sei disso, Ricardão pode começar a contar sua história sobre essas duas irmãs fascinantes. 

— Mestre João Carreira, num reino encantado da língua portuguesa, onde palavras dançavam e flertavam com poesia e metáforas, viviam duas irmãs:

Eminência e Iminência. 

À primeira vista, elas pareciam irmãs siamesas, ou seja, quase idênticas, confundindo os pobres mortais, 

mas as diferenças entre elas eram como a distância entre o céu e a terra. 

E é nessa história que descobrimos como o alto e o iminente se apaixonaram, mas nunca se tocaram.

— Ricardão poeta você escreve e fala tão bem quanto o carioca Juão!

— Obrigado professor!

Seguindo meu raciocínio Eminência, a mais velha, era uma dama aristocrática, inamovível em sua posição de prestígio. 

Com sua altivez inexpugnável, ela era reverenciada. Artífice da sabedoria e da coesão, era constantemente invocada nos salões mais eruditos, onde sua presença inefável trazia uma aura de grandiosidade.
Ela era como o sol rútilo, sempre elevado, brilhante e inalcançável. 

Tinha um toque de ortodoxia, sua volúpia pelo alto status nunca foi escondida.

Era como um vaticínio irrefutável que todos almejavam alcançar, mas poucos ousavam. 

A Eminência era a própria manifestação do auge; 

sua presença era quase homérica.

Por outro lado, Iminência era visceral.

Sua beleza estava na sua incerteza, sempre à beira do acontecimento. 

Ela era o esgar que fazia o coração acelerar, a sombra ululante de um perigo ou desejo que se aproximava. 

Com uma coalizão de sensações, ela trazia tanto um déjà-vu quanto um medo lívido de algo que estava por vir. 

Seus encantos eram mais sutis, mas indiscutivelmente mais intensos.
Era como esperar por um beijo sob o céu nublado, com o relâmpago do desejo prestes a recrudescer no horizonte. 

Professor e, por mais que pudesse parecer pusilânime, seu poder era abjeto, pois eclipsava qualquer outra sensação.

— Ricardão, estou achando fantástico! Continue.

— Eminência e Iminência divergiam diametralmente, mas juntas formavam um casal paradoxalmente harmônico. 

Enquanto uma representava o ponto mais alto a ser alcançado, a outra personificava o abismo iminente, prestes a se abrir. 

A coalizão entre elas era feita de dogmas que eram, portanto, ortodoxos, 

no entanto, tampouco inefáveis, até porque seu poder residia em seu efeito sobre os corações humanos.

Mestre, finalizando, o amor entre Eminência e Iminência era como uma peça de teatro épica, sempre à beira de um clímax, mas jamais alcançando o desfecho. 

Enquanto a Eminência se mantinha inalcançável, a Iminência seduzia com sua promessa de algo iminente, mas nunca completamente presente.

Fim!

— Ricardão podemos escrever um livro sobre essas duas irmãs. Achei bem interessante. Parabéns!

— Obrigado professor, eu vim para desbancar Juão Karapuça kkkkkkkkkkkkkk!

E aproveito para deixar aqui um cheiro poético, pedindo ao nosso querido

— Deus —

que nos abençoe ricamente.

P.S. Ricardão poeta mais dos meus personagens da Bolsa de Valores e que agora virou poeta.

#JoaoCarreiraPoeta. — 26/08/2024. — 9h

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Dr. Carreira Coach

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Comentários

  • Parabéns, por mais uma aula, professor!

    um abraço

    • Obrigado minha querida amiga de Itapeva.

  • Gestores

    Muito interessante mesmo. Bem descrita.

    • Tem tantos tipos de flores. Entretanto tem uma em especial que é muito interessante também: "A Margarida".

    • Gestores

      Eu gosto dela. Simples e duradoura.

    • kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

    • Gestores

      Eu fiz que não entendi o seu carinho e agora estou rindo.

      Agraciada.

  • Caríssimo amigo João

    Uma verdadeira alma que nos brinda com seus magníficos versos encantados.

    É sempre um enorme prazer visitar teu encantado cantinho de luz a nos iluminar com sua resplandecente sabedoria.

    És, caríssimo amigo, um verdadeiro caminhante pelas ruas do conhecimento.

    Parabéns

    Abraços

    JC Bridon

    • Opa! Mestre Bridon.

      Fiquei ligeiramente lisonjeado,

      embasbacado mesmo com teu comentário.

      Gratidão sempre.

      quero que a tua cognição se revitalize continuamente.

      Um forte abraço.

      #JoãoCarreiraPoeta.

  • Texto maravilhoso, poeta amigo.

    Deixa nítido o conhecimento vasto da língua portuguesa que possuis.

    Suas crônicas, além de nos fazer divagar na magia de seus versos, é extremamente pedagógica.

    É sempre um deleite ler seus escritos.

    Minhas sinceras reverências.

    Sou seu fã.

    Abraços, paz e Luz!!!

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