Crônicas — A Beleza De Um Rio

A Beleza De Um Rio

Os rios são iguais? Não. Não os são. 

Portanto, eu confesso que, poeticamente qualquer rio é heterogêneo, 

isto é, os rios entre si são dessemelhantes, são correntezas, acidentes geográficos que se fortalecem e se formam de um jeito diferente um do outro. 

E por assim ser, o rio é, sim, uma sinfonia de movimentos, cícios e murmurejos.

 O seu nascimento é um fiapo d’água que brota das entranhas da terra das montanhas. Passam noites, passam dias, ocorre uma metamorfose e o  fiapo d’água se transforma numa veia pulsante de força e energia. 

Essa veia, começo de rio serpenteia vales e planícies trazendo vida ao seu redor.

Assim proficuamente, o rio desperta como um poeta nas alturas, onde o silêncio dos montes é rasgado pelo canto tímido de suas primeiras gotas cristalinas d’água.

Como menino, poeta, palhaço e rio desce em saltos como uma criança recém-nascida. Ele desce em saltos sorrindo, 

chocando contra pedras explorando seu perigoso e infindável caminho.

O poeta e o rio à medida que cresce ganha força e sabedoria. 

Suas águas tornam-se mais densas e profundas, determinando seu objetivo. 

E qual é seu objetivo? 

Se você que me lê, continuar lendo, vai saber mais adiante a resposta desta pergunta. Basta seguir o curso da água.

O meu personagem é um albergue que acolhe em seu leito qualquer afluente, que vão se achegando como 

“manos” 

enriquecendo-o com histórias tristes e alegres.

As águas de um rio carregam reminiscências do passado, das chuvas, das neves derretidas, das tempestades.

E dos dias de sereno de verão.

Suas águas fazem dele um escultor paciente que, com sua superfície ora plácida, ora turbulenta, reflete o céu acima,

pintando-se com as cores de um Arco-Íris as cores do amanhecer e do crepúsculo. 

Este rio esculpe pulquérrimo vales e canyons modelando as pedras com seu toque suave mas persistente. 

Em suas margens, árvores se inclinam murmurando silêncios escondidos.

O som de suas águas correndo (se é que corre) e das cachoeiras é uma melodia que acalma e inspira o coração de qualquer poeta.

Nas madrugadas de Lua cheia as águas deste rio são como prata líquida, refletindo o firmamento estrelado.

O rio é acachapante, haja visto que, viaja incansavelmente, em busca de seu objetivo.

As águas de um oceano.

Se você me leu até aqui, obteve a resposta da pergunta lá de cima. 

Na foz, o rio se entrega ao mar de braços abertos, misturando águas doces e salgadas.

Assim, perpetua a dança da vida.

Entretanto, não pense você que o rio desaparece.

Desaparece não.

Até porque, ele renasce no ciclo da vida e da natureza.

Eu confesso que, se eu fizer uma reflexão poética expressarei que o rio é uma metáfora poderosíssima para a vida. 

Haja visto que, 

ele nos ensina sobre como ter perseverança, adaptação e resiliência.

Ele simplesmente, mostra-me como enfrentar obstáculos. 

Como controlá-los, ou mesmo, suplantá-los.

Nossas experiências nos moldam, assim como um rio é moldado em seu leito.

somos enriquecidos pelos encontros e fortalecidos pelos desafios. 

Afirmo categoricamente que,

como um rio, também buscamos nosso destino final,

um lugar onde nos fundimos com algo maior que nós mesmos,

onde nossas pequenas correntes de vida encontram um oceano de possibilidades e eternidade. 

Em cada curva, em cada queda, há uma lição, uma história, uma canção que compõe e cicia a sinfonia da existência.

Um cheiro poético à você que me leu. Que o nosso

— Deus —

te abençoe ricamente.

#JoaoCarreiraPoeta. — 09/07/2024. — 11h09

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Comentários

  • Gestores

    Eu estou com a impressão que já conheço esse texto.

    Como li ou reli agora, me encantei. É muito bonito. Conhecer uma fonte de um rio é um presente deleitante.

    Parabéns, João.

    • Pura impressão Margarida.

      Pode pesquisar, haja visto que,

      não gosto de postar três textos por dia,

      muito menos repetir,

      pois acho deselegante.

      #JoãoCarreiraPoeta.

    • Gestores

      Concordo. Ler a mesma coisa não é comigo. Ainda tenho memória. Obrigada.

  • Uauuuuuuuuuuuu!  Que beleza de crõnica. Uma leitura gostosa que arrepia a alma. Há poesia nesse escrito. Parabéns, João!  

    Abraços

    DESTACADO

    • Bom dia minha amiga querida.

      Tua alma deve ser branca como a neve.

      Simplesmente, carmesim é a cor do teu nobre sangue.

      Ser

      — DESTACADO —

      por ti é receber honras.

      Gratidão sempre.

      Um cheiro poético.

      #JoãoCarreiraPoeta.

  • Vertiginosa sua forma de escrever 

     Descreves com apuro e graça o intercurso de rios e das águas. Brilhante 🌟 

     

    Grande abraço 🌷 

    • Sempre me deixando lisonjeado com teus gentis comentários.

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