A dificuldade de Entender Nossa Língua
É inquestionável a dificuldade que temos para compreender nossa língua portuguesa, a dificuldade é tanto no ler quanto no escrever. Eu leio e escrevo desde os oito anos de idade e apesar disso (ou disto), eu quando escrevo fico embrulhado na folha da dúvida, visto que, será que escrevo isso, ou, isto. Entende? E conversando com…,
Juão Karapuça este vocifera: —
— Dotô, nossa língua “aportuguesada” é exacerbadamente difícil mesmo, minha dificuldade é indescritível, lhe pergunto se são certas expressões: — “como vou ir, e como vou indo”.
Eu respondo a Juão que embora alguns teimem em tachar de errônea uma construção dessa natureza, o certo é que, no plano da Gramática, não há nela erro algum.
E é importante perceber que não se trata de pleonasmo, nem muito menos de pleonasmo vicioso, até porque, os verbos não se repetem em função, mas o primeiro deles é auxiliar, enquanto o outro é o principal da locução.
Assim, o que pode parecer estranho para alguns é o fato de que o verbo ir, que é auxiliar em diversas outras expressões representativas da ideia de futuro mediante locução verbal — como vou trabalhar, vou fazer, vou pensar — está sendo empregado, no caso, como auxiliar de si mesmo (ir [auxiliar] + ir [principal]).
Karapuça, se você fizer uma atenta análise vai ver que situação idêntica se dá com outros verbos, que também acabam sendo empregados como auxiliares de si próprios em locuções verbais de mesma estrutura: há de haver, tinha tido, vinha vindo. Entende?
— Está começando a clarear, entretanto é bem complicado kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Mas, continua Dotô.
Eu não sei o motivo pelo qual você me chama de “Dotô” se eu sou seu professor de análise gráfica (srsrs). Mas, continuando e, ao que se sabe, ninguém pensa em condenar tais expressões, ou ver nelas algum sinal de equívoco gramatical. Como sinal de seu emprego por poetas e cultores de nosso idioma, é interessante verificar que Paulinho da Viola, na canção “Sinal Fechado”, assim diz em um certo verso: "Eu vou indo, correndo, pegar meu lugar no futuro". E Vinícius de Moraes também, na canção “Você e Eu”, que fez em parceria com Carlos Lyra, também assim pôs seus versos: "Podem preparar / Milhões de festas ao luar, / Que eu não vou ir. / Melhor nem pedir, / Que eu não vou ir, não quero ir".
Juão com um sorriso amarelado diz: —
Dotô, ou melhor Professô, eu não sei qual é mais difícil escrever e ler o “português brasileiro, ou operar (comprar vender) ações, opções e futuros na Bolsa de Valores kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
#JoãoCarreiraPoeta — 29/11/2023 — 8h30.
Comentários
Obrigado Lilian.
Um fraterno abraço.
JoãoCarreiraPoeta
Bela e deliciosa crônica.
De fato a língua portuguesa ou abrasileirada é difícil.
Mas a língua não é estática é dinâmica
Há de considerar a língua formal escrita e a língua falada e local com seus dialetos.
Vale as duas ,mas a formal é difícil e complicada
Já na poesia há a licença Poética que perdoa os erros de sintaxe gramaticais e permite neologismos
Sou formado em Português e Literatura mas sou um cego e pouco conheço da língua portuguesa
Abraços e Parabéns
Existem 2 linguas dificílimas : Chinês e ...Português!!
Não há um fio condutor, não há uma linha mestra ... é rigorosamente muito dificil!!
beijos de poesiaaa
Chantal
Obrigado meu bom e querido amigo poeta Antonio. Eu sou contador e economista, entretanto, tenho dificuldades em "português" e olha, tenho avô e pai formados em "Coimbra". Ainda bem que contabilidade é só somar e subtrair kkkkkkkkkk.
#JoãoCarreiraPoeta.