Crônicas — A Malandragem Da Malemolência

A Malandragem Da Malemolência

Ahhh, a simplesmente, fantástica malemolência! 

Essa palavra que, para os não iniciados, pode soar como uma doença exótica,

mas para os mestres dessa arte, é um estilo de vida. 

Inquestionavelmente,

em qualquer esquina do Brasil, especialmente nos calçadões de Copacabana ou nas ladeiras de Salvador, 

você pode encontrar praticantes dessa habilidade suprema: 

É inacreditável poder viver com um charme relaxado que só os verdadeiros "malemolentes" possuem.

A malandragem, é mais do que simplesmente ser um mandrião, um indolente, tardo, desleixado, um verdadeiro preguiçoso. 

É transformar a preguiça em uma dança sinuosa. 

Imagine a cena eletrizante: um sujeito de chinelos, bermuda florida e camisa aberta até o terceiro botão. 

Ele se move com a graça e a pureza de uma serpente ao sol, não por rapidez, mas por uma coreografia de pura descontração.

Nosso protagonista, 

vou chamá-lo de Juão Karapuça (o eterno malandro que quase sempre anda de branco dos pés à cabeça), é o verdadeiro embaixador da 

— malemolência —. 

Ele acorda com a precisão de um relógio centenário quebrado, ou seja, quando o corpo decide. 

Simplesmente, ele com um bocejo que poderia ganhar medalhas, Karapuça levanta-se, mas não muito rápido. 

Afinal, a vida é curta demais pra que a pressa.

Juão Karapuça tem uma rotina bem definida: café da manhã é um evento que pode durar horas. 

Pão com manteiga, café preto e uma conversa infinitamente comprida com o jornaleiro sobre o jogo de ontem. 

O jornal é lido página por página, mesmo que seja do mês passado. A malemolência de Karapuça não o deixa se preocupar com a urgência das notícias.

Infelizmente, o mais importante é a contemplação.

Quando Juão finalmente decide sair de casa, ele o faz com a elegância de um desfile de moda à moda antiga. 

Cada passo é cuidadosamente medido e estudado, para evitar qualquer tipo de esforço desnecessário. 

Atravessar a rua pode levar minutos, mas nosso elemento não se importa. Ele caminha com a certeza de que a pressa é inimiga da perfeição.

No trabalho, o carioca afortunado é simplesmente, uma lenda. 

Ninguém sabe exatamente o que ele faz, mas todos concordam que ele o faz com um charme inigualável. 

Sua mesa é um caos totalmente organizado, e seus prazos são tão flexíveis quanto sua moral para sonecas pós-almoço. 

As más línguas, dizem que ele inventou um sistema revolucionário de produtividade: quanto menos você faz, menos erros comete.

Mas é no samba que o malandro realmente brilha.

Sua malemolência se torna uma dança lenta e envolvente. 

Ele desliza pelo salão como se flutuasse em nuvens, cada movimento calculado para parecer despreocupado. 

As pessoas olham com inveja e admiração,

tentando entender como alguém pode parecer tão relaxado e ao mesmo tempo tão hipnotizante.

E assim, o carioca continua sua vida de malemolência,

um mestre na arte de fazer pouco parecer muito. 

Ele nos ensina que, às vezes, o verdadeiro segredo da felicidade está em não fazer absolutamente nada... mas fazer isso com estilo.

#JoaoCarreiraPoeta. — 21/05/2024. — 9h02

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Comentários

  • João 

    Seu versar foi transparente 

    A muitos anos atrás trabalhei para um carioca

    Eu trabalhava 30 minutos e depois tinha que descansar uma hora

    Parabéns 

    Magnífico 

    Um abraço 

    • Agradecido poeta Davi tanto pela visita,

      quanto pelo comentário.

      Mas, pensando bem,

      quanto a malemolência tu deves ser

      "malemolente"

      também kkkkkkkkkk.

      Um forte abraço.

  • Gestores

    Lindíssima crônica. DESTACADO.

    Eu vou acabar sonhando com o Juão... 🙃

    • Ilustríssima Margarida,

      aqui deixo um alerta: Cuidado com o Bardo Juão,

      haja visto que,

      tu corres um sério risco:

      Apesar de linda, ser também "malemolente".

      kkkkkkkkkkkkkk!

      Ahhh, grato pela visita, comentário e destaque. O Juão agradece.

      Um carinhoso abraço do Juão.

  • Caro amigo:

    Deixo aqui meus sentimentos à tudo o que o poeta tem a desejar.

    "A malandragem, é mais do que simplesmente ser um mandrião, um indolente, tardo, desleixado, um verdadeiro preguiçoso."

    Lindo demais.

    Parabéns

    JC Bridon

    • Já pensou mestre Bridon, você sendo "malemolente"?

  • Um jeito Carioca de ser..

    Seja como for,sua crônica está Show 👏 👏 👏 

     

    Sempre boa leitura faço aqui. Abraço 

    • Obrigado pela apreciação Mestra querida, eu continuo aprendendo somente para trazer boas leituras pra ti.

  • Obrigado, João, pelo prazer que me dás de te poder ler!

    Grande abraço!

    • Poeta Piçarra,

      você nem queira saber como é bom ler-te,

      principalmente, teus ricos comentários.

      Foi dificil trazer-te,

      no entanto, está sendo muito prazeiroso.

      #JoaoCarreiraPoeta.

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