Ébrio Na Escrita E Na Leitura
Não nasci poeta, muito menos fui gerado escritor, o fato é que aos oito anos de idade fui levado para a única faculdade da vida: As ruas.
Escola, que sem cobrar nada, ensina-me e ensina-te, de tudo. Do A ao Z.
João Carreira ( o meu nome) não cresceu um “tiquinho” sequer, ou seja, ele continuou do mesmo tamanho.
Mas, de uma forma diferente cresceu em excesso as batalhas pela sobrevivência, da mesma forma que as lutas cresciam ao meu redor.
O meu útero intelectual, gerava um desejo avassalador de sobrepor tudo que sobreviesse na minha direção.
Eu não sei o que é píncaros da glória para você:
Mas, no entanto, para esse velho que vos escreve, esse vocábulo se refere ao cume de uma montanha,
em outras palavras,
é a parte mais alta que eu consegui atingir na minha vida.
Mesmo que sem ter a percepção, eu com oito anos comecei a beber dessa água sim, da água da escrita e da água da leitura.
Mas que pena, bebendo todos os dias deste líquido poderosíssimo, eu não tive uma só embriaguez.
Passei pelo tempo de criança, pela adolescência, pela juventude, casei-me, tornei-me pai e nada. Nenhum êxtase embriagado surgiu.
Hoje fico pensando:
Será que perdi, ou mesmo joguei no lixo o meu bem mais precioso que
— Deus —
me concedeu?
Eu tenho certeza que não, haja visto que, o tempo passado forjou em mim um homem díspar, um cara ímpar e singular.
Sabe por que?
Hoje, eu jogo com o tempo para vencer, isto é, eu vivo cada segundo como se vivesse três segundos voando.
Veja, eu tenho “70tão”, meu meu amigo Bridon “80tão”, caso eu atinja sua marca, e essa marca for o meu
—“píncaro da glória” —, de minha existência, de fato, eu morreria feliz, pois,
teria vivido três vezes mais.
É uma bela “matemática” existencial.
Continuando, caso você convivesse comigo hoje, veria que, ou não me veria jogando no lixo um segundo sequer.
Hoje eu posso bradar aos quatro cantos da terra que, não sou um bandarra, entretanto, sou um Ébrio pela leitura e pela escrita.
Sim.
A embriaguez tão procurada de repente: Pow! Apareceu.
“Novamente, sim. Hoje, eu sou um Ébrio que busca vorazmente, na leitura e na escrita esquecer,
aquele ingrato tempo que joguei fora, ou mesmo um dia me abandonou.”
kkkkkkkkkk!
#JoaoCarreiraPoeta. — 13/04/2024. — 13h49
Comentários
Quando eu adquiri a terceira idade, olhando no espelho, verifiquei o estrago físico, com pesar. Porém, agradeci o amadurecimento mental que adquiri. E também me sinto bem. Hoje só tem valor aquilo que agrega.
Penso que acontece com todos de bem.
Eu concordo absurdamente contigo e gargalhei aqui sozinho, quando li:
"Verifiquei o estrago físico com pesar",
eu verifico isto, todos os dias.
Claro me sinto meio que usado por fora,
no entanto,
meu interior físico e mentalmente é de jovem.
Sinceramente,
devo isto à leitura de mais de 250 livros (muitos lidos diversas vezes),
a escrita e 25 anos que corro dia sim dia não.
Enfim,
me sinto crocante por dentro e por fora.
#JoaoCarreiraPoeta.
Narrativa primorosa, nobre poeta.
Minhas sinceras reverências.
Sou seu fã.
Abraços, paz e Luz!!!
P.S.
O conhecimento informal e formal que adquiriste tornou você um mestre das letras, não foi desperdício, foi, simplesmente, um caminho que você precisava trilhar em busca de si. E, felizmente, o encontro aconteceu.
Estivestes sumido trovador? Senti falta dos teus inteligentíssimo comentários. Gratidão. Concordo plenamente contigo.
Eu penso como você meu jovem...
As ruas, são realmente as faculdades espalhadas pelos qutro cantos do mundo.
Parabéns!
Poeta Cabral,
o septuagenário aqui,
agradece pelo
— jovem —
kkkkk!
Grato pela visita e comentário.
#JoaoCarreiraPoeta.