Crônicas — O Amor Escrito Nas Ondas Do Mar

12800137264?profile=RESIZE_710xO Amor Escrito Nas Ondas Do Mar

— Professor, eu ainda não te falei da paixão da minha vida: ela é ruiva (como sua esposa) e simplesmente sublime.

Este final de semana fomos para a praia, e lá, onde as ondas murmuram segredos mais antigos, conheci o aristocrático senhor Gidheonça, um artífice das palavras, que caminhava pela praia com seu caderno de couro envelhecido. 

Ele tinha o hábito idiossincrático de escrever suas emoções nas areias que logo eram beijadas pelo mar. 

Para ele, a praia era seu silabário, e cada onda, uma linha de poesia.

Naquela manhã bruxuleante, ele encontrou Heloise, uma diletante na arte do amor, mas com uma percepção multifacetada da vida. 

Suas tratativas eram sempre envoltas em estereótipos românticos, mas havia algo de inefável em seu olhar. 

Ao vê-la, Gidheonça sentiu o fiapo de tempo se esticar, como se o momento fosse imprescindível,

monocraticamente decidido pelo destino.

Os dois se aproximaram, e logo começaram um idílio, onde as palavras e os silêncios se entrelaçavam. 

No entanto, havia um estigma em Heloise; ela temia que seu amor pudesse fenecer como as marcas de seus pés na areia. 

Gidheonça, por outro lado, acreditava no transcendente, naquilo que eclipsa o mundano, e estava determinado a escamotear qualquer dúvida que pudesse surgir.

Heloise, com sua cognição afiada, percebeu que Gidheonça não era um simples sonhador, mas um artífice da realidade, capaz de transformar seus sentimentos em algo paradigmático. 

O mar, testemunha silenciosa de suas conversas, parecia participar do processo, apagando palavras para que novas pudessem ser escritas.

Por fim, Gidheonça escreveu nas ondas que: 

"Amar é entender que o tempo é um fiapo que só o coração pode esticar." 

Heloise, encantada, respondeu com um sorriso que eclipsou o sol nascente. E assim, enquanto as ondas escorriam sobre seus pés, 

perceberam que seu amor era explícito e,

apesar de sua simplicidade, tinha a força de algo eterno, capaz de transcender qualquer estigma.

Tampouco importava o que os outros pensassem; ali, entre a areia e o mar, o amor deles era uma obra de arte em constante renovação.

Que belíssima narrativa Juão Karapuça.

Daria um belo conto.

Mas de sua amada poetisa, ainda não sei quase nada.

— Professor, ela se chama Márcia. Em breve vou marcar um jantar para apresentá-la a ti.

Estou ansioso, Juão.

Ao som das ondas eu deixo aqui um cheiro poético.

Que 

— Deus — 

nos abençoe ricamente.

P.S. Juão Karapuça é um dos meus personagens.

#JoaoCarreiraPoeta. — 13/08/2024. — 7h18

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Dr. Carreira Coach

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Comentários

  • Gestores

    O mestre e o aluno estão viajando nas ondas da literatura com afinco.

    • Vem com a gente Margarida. Gratidão pela visita e apreciação.

  • Crônica de excelência em texto magnífico em seu estilo estiloso e inspirado 

    Lindas frases para nossa reflexão 

    Abraços e Parabéns 

    • Olá poeta Antonio. Realmente Juão Karapuça está muito inspirado e ele agradece acachapantemente.

  • Bom dia, escritor. Belissimo texto em tela. Sensibilidade e estilo que são sua marca registrada. Abraços

    • Minha mestra sempre me deixando imensamente lisongeado com suas visitas, inteligentes e incentivadores comentários. Gratidão sempre.

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