“O Silêncio Do Meu Coração.”
Tem como relativizar o silêncio com o coração?
Talvez sim, talvez não.
Entretanto,
foi na tratativa de entender essa relativização entre um e outro, que fui buscar o abecedário das fibras de minha alma e do meu prosaico entendimento, a representatividade desta coalizão.
E lá no rancho fundo da minha mente, eu comecei a ter a cognição de que da ausência de ruídos nasce o silêncio da noite.
Mas, também, para um velho casmurro como eu, o silêncio pode ser a condição de quem se cala. Pode ser um mudo que nem tentar falar. Fala.
No entanto,
nessa minha incansável busca ficou explícito dentro do meu ser que o silêncio deste meu septuagenário coração é um retiro
— sagrado —,
é um lugar onde o mundo exterior se dissolve em um queixume distante, e a alma encontra ócio e introspecção.
De repente,
Pow!
Tudo ficou nítido, tudo ficou muito claro, haja visto que o
silêncio pode ser a pausa serena entre os batimentos cardíacos, e o espaço onde a essência do ser se revela, livre de distrações e ruídos.
Aí pode estar. A moradia do silêncio.
Mas, é sempre bom lembrar que, é neste acachapante refúgio íntimo que a verdadeira voz interior pode ser ouvida,
clara e pura como o som de uma gota d'água caindo em um lago tranquilo.
No entanto,
obviamente, eu não parei. Segui a minha tenaz busca, e descubro que respirando profundamente, há um excesso de calma.
Porém, com essa calma, o silêncio do meu coração é o mesmo que a causa oculta, de algo desconhecido, sumido no espaço sideral mental da minha vida.
Veja, eu não estou tentando justificar o injustificável!
Estou tentando entender o óbvio.
Haja visto que este silêncio é o meu segredo, e nele preparo meus golpes mentais,
portanto,
eu tenho algo dentro de mim que quero manter somente comigo, isto porque, é somente meu e do meu sofrido coração.
Portanto, meu silêncio fica guardado a sete chaves dentro de um peito rasgado, um santuário sagrado onde meu camarada e companheiro, bate descompassado.
Meu coração, simplesmente, carne da minha carne.
Dentro desse meu amigo verdadeiro há um silêncio inviolável que somente é audível entre ele e eu com o seu bater ritmado.
Um silêncio que pode ser mortal, caso eu não compartilhe com alguém!
Um forte abraço a você que tem a pachorra de ler-me.
Que Deus te abençoe ricamente.
Um forte abraço.
#JoaoCarreiraPoeta. — 08/07/2024. — 11h24
Comentários
Caríssimo amigo João Carreira:
Ler-te é, para mim, como o nectar que as doces vidas vividas traz e deposita dentro de mim um profundo e sensato querer.
Não posso te dar DESTACADO pois à mim não comporta, mas concordo com nossa querida amiga Margarida.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Ser comentado pelo mestre é uma honra recebida. Portanto. Obrigado pela visita. E apreciação.
Linda crônica, João!
Concordo com Margarida.
Um abraço
Um abraço Márcia. Obrigado pela apreciação.
Eu não acredito mais em segredos. Tudo vem a tona um dia.
Gostei da crônica. Aguardando a continuação.
Obrigado Margarida pela apreciação.