Domingos
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“Tudo na vida é transitório!”
Ouvi várias vezes esta frase, mas nunca fez tanto sentido como agora que os filhos cresceram e já tomam seus rumos.
Lembro-me de minha mãezinha sentada no sofá, sozinha, vendo tv aos domingos. Assim como estou agora.
Triste? Talvez. Depende de qual sentimento há no momento.
Eu não a entendia, a questionava várias vezes por que não ia passear, por que ficava ali?
A entendo agora. É o único dia em que podemos ficar quietas, assistir ao programa preferido, sem obrigações de cozinhar, lavar e arrumar.
O único dia em que o silêncio da casa faz sentido. Não sentimos culpas por não fazer nada. Sabemos que os filhos estão bem se divertindo ou dormindo.
A vida segue seu ritmo. Hoje estou quieta. No próximo domingo talvez haja um almoço, mas se isso não acontecer não há problemas.
O modo como encaramos esses domingos é que faz a diferença entre alegrias e tristezas.
Hoje faz sentido a cena de minha mãezinha no sofá, fazendo seu tricô, suas palavras cruzadas, vendo seu programa preferido aos domingos.
Aquele momento era dela, só dela. Ali ela recarregava as forças para mais uma semana.
Assim como eu agora, no meu sofá, vendo meu filme favorito, escrevendo esta crônica. Esse é meu momento, meu domingo vazio de obrigações, mas cheio de significados.
M.A.Oliver – 17/10/21
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Comentários
E Angélica e bem assim como você
descreveu nesta sua crônica perfeita abraço...
Obrigada Eudália pela visita!
Boa noite poeta.
Parabéns! Excelente a tua cronica do cotidiano de uma familia aos domingos... Tão bem retratado que o leitor consegue ver a cena...
E que momento sublime ouvir o Bolero de Ravel, depois de muito tempo...
1 ab
Obrigada Nelson pela visita!
Ótima narrativa poética com este tom dominical. Parabéns
Obrigada Lilian!