Dona Corujinha
Ela lia o dia inteiro
Não queria conversa
Se falassem com ela
Já franzia a testa!
Sentada no galho mais alto
Para não ser incomodada
Mesmo assim não tinha jeito
Quando chegava a macacada!
Um balançava o galho
O outro fazia gracinha
Outro puxava o livro
Que ela tinha entre as asinhas!
Mas um dia o macaquinho
Mais novo ficou doente
Ninguém sabia o remédio
Pra curar a dor de dente!
Então se lembraram da corujinha
Que lia feito gente
Mas ela tinha se mudado por causa
Da macacada impertinente!
O macaquinho gritava tanto
Que bem de longe ela ouviu
Queria continuar lendo
Mas quem disse que conseguiu?
Guardou então o seu livrinho
Num lugar bem seguro
E foi ver o que acontecia
Com a macacada em apuro!
Quando os macacos a viram
Foi tão grande a emoção
E ela foi logo fazendo
Pro macaquinho a poção!
Tinha aprendido no livro
Da Bruxinha do Caldeirão
Que cuidava do seu gato
com carinho e devoção!
O macaquinho sarou depressa
E ela voltou com pressa
Ao galho que sempre morou
E desde esse dia
A macacada a respeitou.
Dolores Fender
19/11/2016
Comentários
Maria
Que delícia esses seus versos! Bela poesia! Delicada! Adorei! Parabéns!
Boa tarde,
minha querida Dolores.
Dona Corujinha está de parabéns.
Nas mãos da Vovó Onça daria uma bela fábula!
Um abraço com muito carinho.
#JoaoCarreiraPoeta.