Um dia como outro qualquer
Um dia tão sem graça
Quando o sapato não aperta o pé
A chuva faz pirraça
O relógio aponta
E a vida corre pelas veias
O tempo faz as contas
Cem anos ou meia hora e meia
Se a morte toma pelas mãos
Alguém em cima da calçada
Descansado ou sem descanso
Certamente ele buscava
Pela vida a todo instante
Porque vida é acontecer
E tão depressa ela passa
E não há como perceber
Ainda que em passos lentos
Sem pressa de ir embora
Eu siga ouvindo a voz dos ventos
Sem que ele me diga as horas
Ainda que o relógio aponte
E o sol não tarde a se esconder
O tempo conta e não desconta
Se acaso eu parar de correr
Enquanto os automóveis passam
E a multidão caminha
Todos em busca de algo novo
Pela luz de um novo dia
Correndo mil perigos
Porque a vida é isso ai
É buscar, lutar, correr, morrer...
Sem nunca desistir
Enquanto o relógio aponta
E a vida corre pelas veias
Conta, reconta tempo e não desconta
Cem anos ou meia hora e meia
(Petronio)
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Comentários
Simplesmente sensacional Petronio! É sempre um prazer ler teus versos! DESTACADO!